Canção do Lenço
Alcymar Monteiro
A minha vida é um romance
De tristeza e de ilusão
Parece que o destino
Quis me fazer traição
Esperança perdida
Quando conto minha vida
Dói em qualquer coração
Eu amei e fui amado
Já vivi bem satisfeito
Gozei a minha infância
E tirei grande proveito
Desfrutei a mocidade
Nunca pensei que a saudade
Vinha morar em meu peito
Na festa de Santo Antônio
Eu fui dançar no salão
Encontrei com uma garota
De uma linda feição
Eu convidei para dançar
E senti o amor entrar
Dentro do meu coração
Eu perguntei a garota
Se ela era comprometida
Ela então me respondeu
Nunca amei e nem fui querida
Aí começou nossa amizade
Conversei nossa amizade
Que vem me trazendo saudade
Pro resto da minha vida
Após um ano e seis meses
Desse amizade da gente
Mas o destino não quis
Que o nosso amor fosse a frente
Veio a morte enfurecida
Levou minha querida
Que eu amava loucamente
Um dia fui avisado que a garota
Adoeceu
Fui urgente a casa dela
Saber o que aconteceu
Nessa hora de aflição
Estava com um lenço na mão
Pegou o lenço e me deu
Me disse desenganada
Para mim não tem mas cura
Vou morar no cemitério
Vou viver a sepultura
Se despediu de seus pais
Deu adeus pra nunca mais
Nessa hora de amargura
Comigo guardei o lenço
Que recebi das mãos dela
Roxo da cor da saudade
Bordado com letras amarela
Perdi toda esperança e
Hoje só resta a lembrança
Do amor que eu tinha a ela
Um A um M e um B
As letras do ne seu
Nunca mais eu tive alegria
Depois que ela morre
Quando de magoa eu chorar
O meu pranto irei enxugar no lenço que ela me deu