Mistico dos Galpões
Alexandre Taveira
Mate grande fogo aceso no interior do galpão
Pensamentos que se vão nostálgicos e dolentes
Com aparições freqüentes, entre imagens e silvidos
Trazendo aos olhos e ouvidos as coisas que estão ausentes
Armas brasões e bandeiras tudo fica retratado
São fantasmas do passado que vivo ainda permanece
Sumindo quando amanhece por entre as serrações
Voltando a noite aos galpões pra que o ritual recomece
Voltando a noite aos galpões pra que o ritual recomece
Parecem sair do fogo se fundindo com a fumaça
Passagens da nossa raça se espalhando no galpão
Constante transformação vão se mudando as figuras
Pintando a imaginação tendo a pampa por moldura
São portas que se escancaram luzeiros sem lamparinas
Bruxas trançando crinas da potrada caborteira
Do litoral a fronteira se espalhando nas fazendas
Causos, contos e lendas e o medo da sexta-feira
Ao tronco largo dos anos mais de um século passou
A história continuou antes, durante e após
Nos tios, nos pais e avós, em cada quarto de lua
Porque a história continua e quem muda somos nós
Porque a história continua e quem muda somos nós
Parecem sair do fogo se fundindo com a fumaça
Passagens da nossa raça se espalhando no galpão
Constante transformação vão se mudando as figuras
Pintando a imaginação tendo a pampa por moldura