Tristeza do Jeca
Almir Sater
Nestes versos tão singelos
Minha bela, meu amor
Pra você quero contar
O meu sofrer, a minha dor
Eu sou como um sabiá
Quando canta é só tristeza
Desde o galho onde ele está
Eu sou como um sabiá
Quando canta é só tristeza
Desde o galho onde ele está
Nesta viola eu canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade
Eu nasci naquela serra
Num ranchinho beira-chão
Todo cheio de buraco
Onde a Lua faz clarão
Quando chega a madrugada
Lá da mata a passarada
Principia um barulhão
Quando chega a madrugada
Lá da mata a passarada
Principia um barulhão
Nesta viola eu canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade
Lá no mato tudo é triste
Desde o jeito de falar
Pois o Jeca quando canta
Dá vontade de chorar
E o choro que vem caindo
Devagar vai-se sumindo
Como as águas vão pro mar
E o choro que vem caindo
Devagar vai-se sumindo
Como as águas vão pro mar
Nesta viola eu canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade