D de Destino
Almir Sater
A cigana sorriu
Com seus dentes de ouro
Ao ler minha sorte
Linhas na palma da mão
Para sempre serão
Meu passaporte
Minha mãe me falou
Sobre a cruz de Jesus
Das chagas, dos cortes
E meu pai me entregou
Seu facão guarani
E apontou para o norte
E eu segui
Quero viver
Muito além das fronteiras
Dos que só sabem ser
Pedras de atiradeira
Eu devia saber
Que de certa maneira
Não seremos jamais
Mais que grãos de poeira
No céu
Era um D de destino
Era um E de esperança
Ou de encruzilhada
Era um N de nunca
Ou quem sabe de nuvens
E um dia ela passa
Tantas vezes me vi
Tendo que decidir
Entre o nada e o nada
Mas quem leva a certeza
No meio do peito
Não teme a empreitada
Que virá, a seguir
Quero viver
Muito além das fronteiras
Dos que só sabem ser
Pedras de atiradeira
Eu devia saber
Que de certa maneira
Não seremos jamais
Mais que grãos de poeira
No céu
Era um rei e uma dama
Um valete de ouro
Carta marcada
Era só nosso amor
Era tudo de bom
Era um abracadabra
Vem um raio de sol
Pela telha quebrada
Lá na calha d'água
E um cheiro de mato
E de terra molhada
Na beira da estrada
Vem, longe vem
Vem, longe vem
Era um D de destino
Era um E de esperança
Ou de encruzilhada
Era um N de nunca
Ou quem sabe de nuvens
E um dia ela passa
Era um D de destino
Era um E de esperança
Ou de encruzilhada
Era um D de destino
Era um E de esperança
Ou de encruzilhada
Vem, longe vem
Vem, longe vem
Vem, longe vem