Dia de Folga
Ana Moura
Manhã na minha ruela, sol pela janela
O senhor jeitoso dá tréguas ao berbequim
O galo descansa, ri-se a criança
Hoje não há birras, a tudo diz que sim
O casal em guerra do segundo andar
Fez as pazes, está lá fora a namorar
Cada dia é um bico d’obra
Uma carga de trabalhos faz-nos falta renovar
Baterias, há razões de sobra
Para celebrarmos hoje com um fado que se empolga
É dia de folga!
Sem pressa de ar invencível, saia, saltos, rímel
Vou descer à rua, pode o trânsito parar
O guarda desfruta, a fiscal não multa
Passo e o turista, faz por não atrapalhar
Dona laura hoje vai ler o jornal
Na cozinha está o esposo de avental
Cada dia é um bico d’obra
Uma carga de trabalhos, faz-nos falta renovar
Baterias, há razões de sobra
Para celebrarmos hoje com um fado que se empolga
É dia de folga!
Folga de ser-se quem se é
E de fazer tudo porque tem que ser
Folga para ao menos uma vez
A vida ser como nos apetecer
Cada dia é um bico d’obra
Uma carga de trabalhos, faz-nos falta renovar
Baterias, há razões de sobra
Para a tristeza ir de volta e o fado celebrar
Cada dia é um bico d’obra
Uma carga de trabalhos, faz-nos falta renovar
Baterias, há razões de sobra
Para celebrarmos hoje com um fado que se empolga
É dia de folga
Este é o fado que se empolga
No dia de folga!
No dia de folga!