Amaro, Norico e Léco
André Teixeira
La pucha! Que já está velho
Este libuno do Amaro
E ainda carrega o Norico!
Libuno do Amaro, eu digo
Pelo costume no mas
Foi dele há tempos atrás
Comprou do Léco, acredito!
Isto contava um gaúcho
Puxando assoprões do peito
Fazendo o fogo empeçar
E se a gente for prosear
Doutras histórias assim
La fresca! Que não tem fim
Porque é bem fácil lembrar!
Nem falo da matungama
Que cambiando, que vendendo
Passou duma pra outra mão
O tostado Violão
A zaina velha Mulita
E uma lobuna bonita
Que chamavam Cerração
Entonces vá um palita
Uma maneia ou rebenque
Venha um lenço, um maneador
O Norico era senhor
De pechar os companheiros
Nessas trocas de campeiro
Adonde o gosto é o valor
E o que se empresta, que roda
Pelas estâncias, por anos
Sem que se cobre ou se peça?
Esta tesoura (pois esta!)
Que traz na esquila o Amaro
Esta é do Léco (mas claro!)
Que num quarteio ele empresta
Quando se quadra uma changa
Dessas que agarra o Norico
Podendo acomoda um outro
Coo Léco levou uns potros
Pra uma estância no Aceguá
Coo Amaro foi alambrar
Numas timbas do Espantoso
Fortunas de gente pobre
Que até a sorte, de escassa
Toca pra cada, um tantito
Nem um causo tem solitos!
Porque falando do Amaro
Não lembrar do Léco é raro
E até enxergo o Norico!