Jihad lírico
Azagaia
Aham
Asalam Amílcar (hum) no microfone
Contra cultura, 2012, mbora
Estou sentado a ler um jornal com as calças baixadas
Cagando para esse mundo formal de almas lavadas
Limpas por fora mas, podres por dentro
Agora eu ando fora à procura de ver todos por dentro
Mandei fumar a Igreja católica com a ajuda do incenso
Natural cultivado na terra a que eu pertenço
A verdadeira Igreja é teu corpo irmão
Troquei os domingos na missa por sessões de meditação
Flexões diárias, barra fixa e abdominais
Saio para a rua preparado pra combater Satanás
Disfarçado em forças policiais e doutores da lei
Olha pras obras deles e tu reconhecerás
Li ensinamentos de Marcus Garvey e Haile Selassie
Vi as lágrimas do 'apartheid' choradas por Brenda Fassie
Se África é a mãe da humanidade inteira
Que nome se dá a homens que fornicam a própria parteira
3, 2, 1
3, 2, 1
3, 2, 1, já encontraste a resposta?
'Mafackers' serão engolidos por terramotos
Assassinos de massas que querem ver todos na terra mortos
Ou paranóicos, com medo do contágio
Por doenças que médicos criam num tubo de ensaio
Enquanto 'snifam' linhas de coca, curtem dias de 'moca'
Fazem guerra biológica, depois mandam a tropa
Ou mandam os missionários
Organizações Não Governamentais de apoio humanitário
Derrubaram o Iraque, o levantaram em 3 dias
Agora curte-se em Bagdad como curte-se nas Caraíbas
Vai começar o Jihad Lírico
Resistência cultural num poema satírico
Contra os que se embriagam e fazem do mundo um prostíbulo
Dão esmolas em ouro, mas não há glória em ser mendigo. (Não!)
Yah man, é mesmo assim, Asalam Amílcar, escutem as Wise Words
Isto é contra-cultura, contra essa vossa cultura individualista
Nós vivemos em comunidade man, mesmo assim man, grande abraço ao Valete, Moçambique-Portugal
Na linha da frente, na vanguarda
Um só caminho man, um só caminho preste atenção man, manifestação de nós próprios de aquilo que nós somos
Chega de censura cada um é o que é, somos respeitados pelo que somos man, esse é o maior milagre
Embaixadores da cultura man