Fandango da Berenice
Berenice Azambuja
Sou uma gaúcha trigueira, morena faceira
Do grande Rio Grande
Toco minha gaita com facilidade
E deixo saudade por onde eu ando
Moreno bonito não chores por mim
Respondo assim quando ele me quer
Sou muito nova para me casar
Ele vá procurar uma outra mulher
Hoje aqui neste fandango
Toco até clarear o dia
Amanhã desapareço
Talvez anoiteça lá em vacaria
A minha vida é essa
A gaita conversa colada no peito
Os dedos caminham no teclado dela
A noite é bela e eu sou desse jeito
Cantando e tocando abraçada na gaita
Me chamam de baita por onde eu passo
O povo me aplaude quando sapateio
Fazendo floreio firme no compasso
Aproveitem rapaziada, as moças querem dançar
Berenice está tocando, amanhã vai viajando
Pra outro lugar
Tocando acordeona eu lá vou indo
Descendo subindo por cima da terra
Tocando esta gaita lá não sei aonde
O eco responde no alto da serra
Quem nunca me viu talvez queira ver
O que eu posso fazer de gaita na mão
Espicho a danada dopou-lhe o teclado
E o verso rimado sai do coração
Por hoje é só minha gente
O Teixeirinha que disse
Fandango véio animado só
Sendo tocado pela Berenice