Legítima Defesa
Bezerra da Silva
Se eu não mato, eu morro
E se corro, a moral não ficava de pé
Preferi dar um tiro na cara do cara
Que me achou com cara de zé mane
Gente, eu não sou valente!
Sou um homem decente. Sou trabalhador
Mas, se a barra está pesada, eu topo a parada
Não sou corredor
Se joguei brasa na cara do cara
Foi porque o cara não estava sozinho
Estava com mais de cinqüenta
Assim ninguém aguenta, saí de mansinho
Se eu não mato, eu morro
E se corro, a moral não ficava de pé
Preferi dar um tiro na cara do cara
Que me achou com cara de zé mane
Levei um tapa, caí lá no canto
E se não me levanto, iam me massacrar
Chamei o meu santo, São Jorge Guerreiro
Meu bom padroeiro pra me ajudar
Numa fração de segundo
Pensei que o mundo ia se desfazer
Aí eu meti a mão no cano
E saí pipocando pra valer
Se eu não mato, eu morro
E se corro, a moral não ficava de pé
Preferi dar um tiro na cara do cara
Que me achou com cara de zé mane