Pagode Em Brasilia
Bruna Viola
Quem tem mulher que namora
Quem tem burro impacador
Quem tem a roça no mato me chame
Que jeito eu dou
Eu tiro a roça do mato sua lavoura melhora
E o burro impacador eu corto ele de espora
E a mulher namoradeira eu passo o coro e mando embora
No estado de Goiás meu pagode está mandando
O bazar do Vardomiro em Brasília é o soberano
No repique da viola balancei o chão goiano
Vou fazer a retirada e despedir dos paulistano
Adeus que eu já vou me embora que Goiás tá me chamando
Moro lá num recanto onde ninguem me amola
Numa casa ao pé da serra mora eu e a viola
O Sapo mora no Brejo o Sabiá na Gaiola
Minha voz mora no peito e meus versos na cachola
Palhaço mora no circo a rima na poesia
O Uirapuru lá na mata na festa mora a alegria
O rico mora no centro pobre na periferia
Num casebre em Nazareth morou a virgem Maria
Eu não caio do cavalo nem do burro e nem do galho
Ganho dinheiro cantando a viola é meu trabalho
No lugar onde tem sêca, eu de sêde lá não caio
Levanto de madrugada e bebo o pingo de orvalho
Chora viola
Eu ando de pé no chão piso por cima da brasa
Quem não gosta de viola que não ponha o pé lá em casa
A viola está tinindo, o cantador tá de pé
Quem não gosta de viola, brasileiro bom não é
Chora viola