Campo e fé
César Oliveira e Rogério Melo
É coisa braba quando um "murco" se embodoca
Mete as patas na "cangaia" e esconde a cara abrindo toca
Parece que o chão se muda vai pra "hiba" do chapéu e agente tem a impressão de andar pisando no céu
Me vou na boca de um "maula" campeio e não acho a doma
Um tigre fugio da jaula e se foi batendo carona
Resta então um reio brabo o dente afiado da espora
Uma mancha de campo limpo e a fé em nossa senhora
É coisa braba quando um touro se renega
Vira a cabeça pra grota e sai esmagando macega
Troveja o céu do rio grande treme o chão "num" atropelo
E a pátria pampa ferve no sangue quando arrepia o cabelo
É ai que um doze braças se desata sem receio
E que se conhece a raça de um vivente dos "arreios"
Cruza o rasto...
Cruza o rasto e empurra o tento
No templo do campo a fora peço a benção pra esta armada pra Deus e nossa senhora
Nossa senhora nossa santa aparecida
Proteja o pago gaúcho nestes "corcóvios" da vida
Eu te carrego na copa deste sombreiro pois nada é mais poderoso que a fé de um índio campeiro.