Mocito
César Passarinho
Antes tempos quando moço encilhava o melhor pingo
E saia nos domingos com as pilchas que eram uma gala
Conhecedor da escala um ventito que soprava
Coisas lindas bordoneava nas franjas brancas do pala
Meu flete tordilho negro do pelo tão bem cuidado
Do meu preparo chapeado da prata copiava o brilho
E pra florear o estilo só faceiro e daninho
Ia a trote puladinho que nem o canto do grilo
Era meu gosto de moço nas tardes de carreirada
No intervalo das largadas juntar a aba na fita
E com a alma tangueadita e as nazarenas cantando
Em passeio ir gavionando por entre as moças bonitas
De volta bem a noitinha hora em que a pampa adormece
E a natureza parece cochichar na voz dos rios
Eu trazia sem fastio saudando a estrela boieira
Uma coplita campeira bem floreada no assobio