em quase tudo

Djonga Djonga

Mais uma mulher que eu vou trair de novo
Alegando ter tido uma criação escrota
Outra relação que estraguei tranquilo
Caí matando naquela que quis cair de boca

É, mais uma manhã que eu acordo suado
Com medo dela ter visto minha conversa com outra
Te entrego no presente um looping do passado
Se quiser te reconquistar, é só comprar uma bolsa

É, e mais um pobre louco, eu vou matar de novo
Esse menino causa destruição por onde passa
Sendo que a única construção que pôde ver de perto
Perdeu na desocupação, pro morro virar praça

Onde o playboy faz caminhada e ama fazer fumaça
Eles surfam em pipeline e o menor nada em poça de sangue
Escalado pra um papel, sem Fátima Toledo
Não preparam elenco pra atuar no Bang Bang

Mais um viadinho eu vou zuar de novo
Lambe ovo que força uma voz feminina
Nada contra, mas outro dia passou maquiagem
E dançou Ludmilla em frente minha pequenininha

Quando pequeno, nós costumava até ser amigo
Ele era meu abraço e eu era seu abrigo
Mas me incomoda essa postura
Apesar de em quatro paredes minha mulher fazer de tudo o que ela quer comigo
(Se é que você entende)

O Sol nasceu de novo, outro dia raiou
E quando a noite vem, ainda lembro meus pais
Em quase tudo, tudo
Acordo tranquilo e falando de amor
E quando a noite vem, ainda lembro meus pais
Em quase tudo, tudo

O cidadão de bem é a origem do mal
Vê bem quem é o santo no seu pedestal
Recebendo mensagens no seu Nextel
De esquema indevido e falando de moral

Governam esse país de dentro de um motel
Põe pretos pra viver nas margens de my town
É sobre quem sobreviveu, não sobre quem matou
Já que te obrigam a usar seu instinto animal

Nós somos abelhas rodando ao redor do mel
Com medo do zangão quando a rainha é que a tal
Se o assunto é menina, só importa as que nóis já fodeu
Se o assunto é os mano, me olha torto que eu vou dar um pau

É, mais uma criança eu traumatizei de novo
Com a desculpa de que só a vitória me interessa
Uns criam Marielles pra salvar o mundo
Enquanto outros se orgulham de criar Ronnie Lessa

Nós somos quebra-cabeças de um milhão de peças
Retrato falado dos erro dos meus parças
Não importa quem chora se tá lotada a festa
Ou seja, foda-se o recheio, essa pizza é massa

Por isso eu vou comprar de novo
E dividir de novo
Se arrepender de novo
Pra impressionar de novo
E ser aceito de novo
Ser só mais um de novo
Esquecer de mim de novo
E te agradar de novo
Ter ressaca de novo
É a moral de novo
Não é a cabeça que roda, é o peito que dói de novo
Reproduzir padrões ruins, eu aprendi de novo
Reproduzir padrões
Ó, tô falando de novo

O Sol nasceu de novo, outro dia raiou
E quando a noite vem, ainda lembro meus pais
Em quase tudo, tudo
Acordo tranquilo e falando de amor
E quando a noite vem, ainda lembro meus pais
Em quase tudo, tudo

  1. Junho de 94
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  3. bala fini
  4. 1010
  5. Procuro Alguém
  6. tôbem
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