A Carta
Eduardo Costa
Estou escrevendo esta carta meio aos prantos
Ando meio pelos cantos
Pois não encontrei coragem
De encarar o seu olhar
Está fazendo algum tempo
Que uma coisa aqui por dentro
Despertou e é tão forte
Que eu não pude te contar
Quando você ler
Eu vou estar bem longe
Não me julgue tão covarde
Só não quis te ver chorar
Perdão, amiga
São coisas que acontecem
Dê um beijo nos meninos
Pois eu não vou mais voltar
Como eu poderia dar a ela esta carta?
Como eu vou deixar pra sempre aquela casa
Se eu já sou feliz, se eu já tenho amor
Se eu já vivo em paz?
E por isso decidi
Que vou ficar com ela
A minha passagem, por favor, cancela
Vá sozinha, eu não vou mais
Quando cheguei no portão da minha casa
Como se eu tivesse asas
Me senti igual criança
Deu vontade de voar
Quase entrei pela janela
Minha esposa ali, tão bela
Dei um forte e longo abraço
E comecei a chorar
E com as lágrimas as palavras vinham
E rolavam como pedras
E ela só a me escutar
Ao enxugar minhas lágrimas com um beijo
Revelou que já sabia
Mas iria perdoar
Como eu poderia dar a ela essa carta?
Como eu vou deixar pra sempre aquela casa
Se eu já sou feliz, se eu já tenho amor
Se eu já vivo em paz?
E por isso decidi
Que vou ficar com ela
A minha passagem, por favor, cancela
Vá sozinha, não vou mais
Como eu poderia dar a ela esta carta?
Como eu vou deixar pra sempre aquela casa
Se eu já sou feliz, se eu já tenho amor
Se eu já vivo em paz?
E por isso decidi
Que vou ficar com ela
A minha passagem, por favor, cancela
Vá sozinha, não vou mais
Vá sozinha, eu não vou mais
Eu não vou mais