Valdirene, a Paranormal
Eduardo Dusek
Só notaram quando já era tarde demais
Ela de mãos dadas com furacões e temporais (e temporais)
Seus amigos viviam a comentar (a comentar)
Pois sendo íntima do raio e do trovão
Vivia aos beijos com incêndios e destruição (e destruição, e destruição)
O pai tentou pôr o mundo contra ela (contra ela)
A mãe tentou empurrá-la na janela (foi na janela)
Valdirene, então, olhando gelada pros dois
Lhes disse: Sumam! Nós nos veremos depois
O pobre pai acordou no Himalaia
E a pobre mãe na conferencia de haia
Valdirene, louca, em casa a gargalhar
Dizendo: Enfim, cada qual no seu lugar
Valdirene, vendaval, uma paixão brutal assim
Não é normal, é uma fúria irracional
Esquisitona, paranormal
Enquanto ela pensava na liberdade (na liberdade)
Levou uma bofetada sem ver viva-alma e sem estar com vontade (menor vontade)
E nesse instante se pôs a declarar
Tenho poderes, e vou pô-los pra funcionar
O que eu quero é ele, pra vocês não há mais lugar
Mamãe, papai, eu vou me juntar
Valdirene, vendaval, uma paixão brutal assim
Não é normal, é uma fúria irracional
Esquisitona, paranormal
Valdirene, vendaval, uma paixão brutal assim
Não, não é normal, é uma fúria irracional
Esquisitona, paranormal
Sua paixão nua, violenta e crua
Dominou as ruas daquele lugar
Todos foram embora, mudos de pavor
Deixando a sós, Valdirene e seu horroroso amor
(Paranormal)
Amor
(Paranormal)
Amor