O Amanhecer
Elo da Corrente
Poemas hibridos das coisas menos intencionais
Que eu traço num papel como verdade cabais
Música capaz, meu legado à humanidade
A vida me chega em versos pelas ruas da cidade
(ai)O céu não cai, o pensamento não vai
Eu minimizo as esperanças quando tudo se esvai
Dessa alma sem luxúria que meu corpo carrega, grito paz aos quatro cantos essa é minha entrega
Dos meus poucos lamentos essa fúria incendeia, são tormentos dos que lhe reclamam de barriga cheia
Eu tenho fé na multidão desgovernada
Um pé depois do outro nessa longa caminhada
A trincada onde vários caminhos se fundem, onde vozes e buzinas dissonantes se confundem
Munido de palavra, honestidade e amor
Nas ruas sujas de tristeza cadencio o meu labor
Na água em que bebo ponho a fé dos que me vencem
Com coragem, mas sem um porque, só peço que antes pensem
Entendam que esse tédio é porque batem de frente
Eu fortaleço com o ELO essa grande corrente
Amantes do sol que nuncam perdem um dia
Compromentem-se a buscar mais do que harmonia
Num lugar onde os pedantes se perderam à beleza
O sorriso das crianças me demonstra riqueza
Chega das dores, aqui devia haver flores
Desde a época em que escravos batiam em seus tambores
Primores de um prelúdio, a interface do elo
Ouvidos só me guiam quando eu fico cego
Não prevaleço do equívoco e da curta viagem
Não faço música pra ser ouvida só de passagem
O sopro quente dos mundos que me chega na aurora
Revela em forma de sonho o que me espera lá fora
De grandioso.. eu só quero um coração numeroso
Pra absorver a luz do minuto silencioso
Que conserva em si idéias intangíveis
Fadadas a brilharem nos olhos dos insensíveis
Então chega de mentiras e terrores baratos
Quero chegar no fim da vida com os princípios intactos
Poder olhar pra trás e orgulhar-me do que construi
A gente tem que viver, não basta só existir
Aos amantes do sol, o brilho intenso que não cessa
Na sutileza da batida, sigo sem pressa
As ruas observam cada passo do ser, que enxerga na noite a beleza do amanhecer
Aos amantes do sol, o brilho intenso que não cessa
Na sutileza da batida, sigo sem pressa
As ruas observam cada passo do ser, que enxerga na noite a beleza do amanhecer