Curvas do Rio
Elomar Figueira Melo
Vô corrê trecho
Vô percurá uma terra pr'eu podê trabaiá
Pra vê se dêxo
Esta minha pobre terra véia discansá
Foi na Monarca a primeira dirrubada
Dêrna d'então é Sol é fogo é tái d'inxada
Me ispera, assunta bem
Inté a bôca das água qui vem
Num chora conforma mulê
Eu volto se assim Deus quiser
Tá um apêrto
Mas qui tempão de Deus no sertão catinguêro
Vô dá um fora
Só dano um pulo agora in São Paulo, Triangulo Mineiro
É duro môço esse mosquêro na cozinha
A corda pura e a cuia sem um grão de farinha
A bença Afiloteus
Te deixo entregue nas guarda de Deus
Nocença ai sôdade viu
Pai volta prás curva do rio
Ah mais cê veja
Num me resta mais creto prá um furnicimento
Só eu caino
Nas mão do véi Brolino mêrmo a dez por cento
É duro moço retirá p'rum trecho alheio
C'ua pele no osso e as alma nos bolso do véi
Me ispera, assunta viu
Sô inbuzêro das bera do rio
Conforma num chora mulé
Eu volto se assim Deus quiser
Num deixa o rancho vazio
Eu volto pras curva do rio