A Morte do Vaqueiro
Gibão de Couro
Vou vender minha fazenda que o vaqueiro faleceu
Da morte dele pra cá, todo gado enstristeceu
E até mesmo a bezerrama, de desgosto, já morreu
E até mesmo a bezerrama, de desgosto, já morreu
É grande a lamentação do gado e do fazendeiro
E quando vou ao campo, choro sem ter paradeiro
Volto pra casa lembrando do aboio do vaqueiro
Volto pra casa lembrando do aboio do vaqueiro, aê
Quando ele tava morrendo, pediu pra não haver choro
Se despediu da fazenda, do cavalo Pé de Ouro
Se abraçou com Carmelita beijando o gibão de couro
Se abraçou com Carmelita beijando o gibão de couro, aê
Antes de fechar os olhos, se despediu do patrão
Pedindo por caridade: Dê-me um aperto de mão
Deixo a vida de vaqueiro com amor no coração
Deixo a vida de vaqueiro com amor no coração
Mortalharam o vaqueiro com o terno de azulão
Levaram pra o cemitério de guarda-peito e gibão
Todo gado acompanhou berrando atrás do caixão
Todo gado acompanhou berrando atrás do caixão, ahê
Quando fizeram o enterro, foi o maior desespero
Pedindo por caridade, a filha do fazendeiro
Dizia: Papai, me deixa na cova com o vaqueiro
Dizia: Papai, me deixa na cova com o vaqueiro, ahê
Carmelita, quando é às duas da madrugada
Ela diz: Papai, acorda, eu ouvi uma toada
É o vaqueiro aboiando, chamando a vaca lavrada
É o vaqueiro aboiando, chamando a vaca lavrada, ahê
Se levanta, o fazendeiro, muito triste soluçando
Dizendo: É meu vaqueiro. Por ali, saiu chorando
Na porteira do curral, encontrou o gado berrando
Na porteira do curral, encontrou o gado berrando, aê
Carmelita, no seu quarto, tem um quadro desenhado
Com o retrato do vaqueiro no seu cavalo arriado
Todo vestido de couro, de barba e cachos passados
Todo vestido de couro, de barba e cachos passados, ahê