Floresta de Bétulas

Guilherme de Sá Guilherme de Sá

Quão caras
São as flores
Que adornam o solo dos perecidos
E ao chegar da friagem perecem
Para apinharem-se
Aos seus amores
Da neve

Porque o frio
O frio resolveu se congelar
Na lágrima do inocente
Que já não está

Quão caras
São as folhas
Que adernam a aurora de Abril
À presença da ausência
Sob a ausência da presença
Que repousam
Em silêncio

Porque o sol
O sol resolveu se aquecer
Para que a dor
Pudesse de vez desvanecer

Mas tão somente
Mais uma vez
Os olhos vissem na sua vivez
Que nem a fúria dos homens
Nem a loucura de outréns
Outrora o ódio à florescer
(Agora chora o seu doer)
Puderam o sangue arrefecer
Em sua sina
Sua apória
São sinais de mais uma memória
Posto que é finória
Frágil e áurea
Não apenas horas
Mas imortal até sempre

Porque a luz
A luz resolveu acender
Sua noite ao poente
Para nos lembrar
De como nós éramos normais
E de repente
Não havíamos mais

  1. Sereno
  2. Antiquário
  3. Ágora
  4. Viena
  5. Sometimes You Can't Make It On Your Own
  6. Sereno (feat. André Leite)
  7. Yahweh
  8. Cativa-me
  9. Algúria (Ou Disúria?)
  10. Mar Bravo
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