Poderes de Évora
Karen Santana
A medicina tá materialista
Parteira indígena não é ginecologista, não?
Gerou nóis tudo irmã, benzeu teu parto sã
Fez chá das lágrimas que tua mãe gerou teu clã
Espaço tempo tá mudando por aqui eu já to vendo as bruxa rir
Reconhecendo a hora do bailado
Dias atrás eu falei baixo e vi que responderam do outro lado
Telepaticamente sem mexer os lábios
Meu julgo é leve e o fardo é suave
Trazer calma pra sua ira missão dada na mãe nave
Tive de passar pela sua dor, assim eu sinto dor pra enxergar nosso reflexo
Se não sei do que cê passa
Vou endurecendo minhas casca e do que temos medo
A gente encapa e não descasca
Se tem medo de ser bonzinho né?
Fica tranquilo que o que você emite voltará em dobro, fé!
Quer ser leão mas não cãozinho né?
Ser cão é servidão, postura e prostração não ré
Se quiserem aproveitar-se de você
Vão ter que antes passar em cima próprio templo
Quer ensinar então ensina, fala mesmo e expõe a vida
Mas não deixa de agir deixando o exemplo
Então deixa o beat lento, ouça o meu silêncio
Volume traz liberação, silêncio traz discernimento
Mente nebulosa engata impulsos de pólvora
Ação com intenção acessa poderes de Évora
Se arder o peito vê direito a base tá no respeito
E sua responsa é a mesma do sujeito
Aberta a comissão das cientistas do átomo
Com mera projeção de um próximo planeta póstumo
Estudam a teoria nem viu o mago laçar os laços
Posso explodir mas minha fé perpetuará no espaço
Posso explodir, eclodir nessa terra
Mas minha fé perpetuará no espaço
Sacrificar os principados não nos torna menos escravos por aqui