Arrogância
Lourandes
Eu criei uma música horrível, horrível
Mas eu finalmente
Posso falar
Sobre como eu me sinto
Sobre como eu me sinto
Vivo no esgoto, vivo no escuro
Eu vivo dentro das suas paredes
Enquanto houver joia, enquanto houver fama
Enquanto houver fome, eu tenho a sede
Enquanto houver sangue e a violência
E o dinheiro, eu terei paciência
Não corro atrás
Eu tomo, eu compro
Eu abuso e como
Eu tiro o que é seu
Silêncio e escondo
Eu tiro o que é seu
Por ser seu, eu estrago
Eu vivo sozinha, me afogo no ouro
Não gosto da prata
Porque me transformo na forca de prata
Eu me mato, eu me enforco
Não sou feminista
Só sou escrota
E um pouco egoísta
Eu não me importo, me acham bonita
E eu fico bem vestindo Adidas
E roupas de marca
E as meninas?
E o cartão prateado da Visa?
E os carrões? E as bebidas?
Me tratem bem, porque eu sou muito rica
Reverenciem, abram caminho
Esse é o poder, talento feminino
Eu não me cuido, eu não divido
E eu não volto, não me humilho
Não mais
Não mais
Não mais
Não sou religiosa
Só curto a arte da igreja católica
Não curto o vinho
Prefiro usar droga
Você sabe que a humildade não vai te levar para fora
Se o inferno for o meu destino
Eu desço de Porsche e de traje fino
Eu banho de sangue todo o meu caminho
E eu faço sucesso com meu prejuízo
Eu ganho mais que todos meus amigos
E se achou ruim, tu não fala comigo
Eu compro sua empresa, depois te demito
Eu compro sua voz, depois te silêncio
E eu compro seu carro e os seus filhos
Compro seus sonhos, te deixo faminto
Te dou esperança, depois eu te humilho
Oh, não subestime o que eu faço contigo
Porque eu sou mulher
Porque eu sou baixa
Porque eu sou magra
Porque eu sou gata
Porque eu sou foda, foda pra caralho
E eu que inventei que a inveja não mata
A ganância me mata, arrogância me mata
Mas se faz mal eu sou apegada
O excesso me mata, a mentira me mata
Mas se faz mal eu sou apegada
Não mais
Eu não me cuido, eu não divido
E eu não volto, não me humilho
Eu não me cuido, eu não divido
E eu não volto, não me humilho
Eu não me cuido, eu não divido
E eu não volto, não me humilho
Não mais
Não mais
Não mais