Romance dos Astros/Arco Iris
Luiz Carlos da Vila
Sonhei que um dia
O Astro rei à Terra descia
Secava as águas do mar
E não mais anoitecia
Só voltava a chover
A noite e as estrelas
Se a lua fosse a sua companheira
Irredutivelmente ela dizia não
E Saturno em vão
Ofereceu anéis
Ela nem ligava pra estrela Dalva
Nem ouvia a súplica dos menestréis
E o Sol ficava mais e mais abrasador
Cego de amor
Aí eu me queimei
No auge da trama
Eu cai da cama
O galo cantou
Feliz eu acordei
O teu sorriso é um arco-íris sobre o mar
Onde havia escuridão
O paraíso que eu estava a procurar
A vida me revelou
A realidade onde eu guardo e vou buscar
Os delírios da paixão
Tudo isso me invadiu
E eu quero a permanência do invasor
És o astro que faz sentir
Que eu estou sob a regência do amor
(Cheiro de mato)
Cheiro de mato na cidade é luxo raro
Tu me deste e eu sou
O disparo de um colibri
Que depois de tanto tempo vê a flor
És o colo em que adormeci
Despertei. Vi um sorriso multicor