Meio Dia
Luiz Fidelis
Escorro o suor do meio dia
Assobiando a melodia
Eu tento saciar
Com o gole da cabaça
Passa a sede mas não passa
O jejum o jejum há.
O sol esquenta minha cabeça
Vixe maria não se esqueca
Também de esquentar
Com seus beijos minha vida
Eo sobejo da comida
Que sobrou do jantar.
João acabou-se a farinha
E o querosene da cozinha
No feijão "gurgui" já deu
Pai traz um vestido de chita
Que eu quero ficar bonita
Bonita que nem um mateu
Tenha paciência minha gente
Foi a seca e a enchente
E o culpado não sou eu.