A Mulher do Meu Patrão
Luiz Gonzaga
Eu tenho pena da mulher do meu patrão
Muito rica, tão bonita ai meu Deus que mulherão
Não tem meninos para não envelhecer
Mais nervosa sofre muito por não ter o que fazer
No atiço da panela, no batuque do pilão
Tem somente quinze filhos mais o xaxo do feijão
Sarampo catapora, mais roupa pra lavar
Resfriado, tosse braba, lenha para carregar
Pote na cabeça, tem xerém pra cozinhar
Tira o leite da cabrinha, tem o bode pra soltar
Vivo com minha nega num ranchinho que eu fiz
Não se queixa não diz nada e se acha bem feliz
Com tudo isso ainda sobra um tempinho
Um agrado, um carinho, eu não quero nem dizer
Com tudo isso ainda sobra um tempinho
E um moleque sambudinho todo ano é pra nascer