Jumento Celestino
Mamonas Assassinas
De quem é esse jegue?
De quem é esse jegue?
De quem é esse jegue?
Ô, rapaz
Não é jegue, não, é jumentio
Tava ruim lá na Bahia, profissão de boia-fria
Trabalhando noite e dia, num era isso que eu queria
Eu vim-me embora pra Sum Paulo
Eu vim no lombo dum jumento, com pouco conhecimento
Enfrentando chuva e vento e dando uns peido fedorento (vish, bunda!)
Até minha bunda fez um calo
Chegando na capital, uns puta predião legal
As mina pagando um pau, mas meu jumento tava mal
Precisando reformar
Fiz a pintura, importei quatro ferradura
Troquei até dentadura e, pra completar a belezura
Eu instalei um Roadstar
Descendo com o jumento na mó vula
Ultrapassei farol vermelho e dei de frente com uma mula
Saí avuando, parecia um foguete
Só não estourei meu coco pois tava de capacete
Me alevantei, o dono da mula gritando
O povo em volta, tudo olhando, e ninguém pra me socorrer
Fugi mancando e a multidão se amontoando
Em coro, tudo gritando: Baiano, cê vai morrê
Depois desse sofrimento, a maior desilusão
Pra aumentar o meu lamento, foi-se embora meu jumento
E me deixou com as prestação
E hoje eu tô arrependido de ter feito imigração
Volto pra casa fudido, com um monte de apelido
O mais bonito é Cabeção