Ajami (Uma Briga de J.I.S) (feat. Godô)
Marcello Gugu
Canetei seu sorriso numa linha
E a folha toda se apaixonou
Te escrevi em mil metáforas
Só pra falar de você de novo
Cada vez que eu tivesse que explicar alguma
Aprendi que: Delícia é o nome do gosto que seu nome
Deixa na minha boca
Sempre que eu te chamo
E quando debrucei minha esperança no seu sorriso
Eu descobri o pra sempre
Tudo isso começou na saída de uma festa
Quando sofri um acidente
Que mudou minha vida
Eu bati meus olhos em você
Desse dia em diante
Descobri que entre nós
Não existe "entre" e que
Quando você me encara, eu fico
Igual seu guarda roupas
Uma bagunça só
Antes me perguntava: Quantas galáxias
Já não morreram no vácuo que você me deixa?
Depois entendi que, tinha que
Aprender te paquerar por satélites
Porque você mora no mundo da Lua
Descobri que seus olhos eram um Sol
Enquanto reparava numa
Constelação em suas pintas
E nessas liguei cada uma
Fazendo um céu no seu corpo
Só pra me sentir um astronauta
Cada vez que eu me joguei nos seus braços
Com você, aprendi que amor
Tem que fazer salivar
Tem que ser aquele folheto de pizzaria
Que entra por de baixo de sua porta
Te espera em casa e
Te deixa cheia das vontades
Aprendi que amor é tirar o fôlego sem sufocar
É quando seu primeiro último beijo
Se repete em todo bom dia
É saber que o palmo é a distância do paraíso
Quando se esta na frente de quem se gosta, e
Até eu te encontrar
O amor nem pensava em vir quando enfim
Um brilho no olhar
E um sonho em par
Pra mim, amar é assim
Talvez nosso erro foi ter ensaiado
Ao invés de ter vivido
As linhas da música que
Eu queria ter escrito pra você
Era pra gente ter sido mágica
Fomos apenas truque
E nosso amor virou
Feijão no pote de sorvete
O meio ponto que faltou
Pra gente passar de ano juntos
E fez com que meu coração em pedaços
Percebesse que seus cacos de vidro
Só refletiam selfies suas
Quando você foi embora
Descobri que o espaço que você abriu
No meu guarda roupas era menor do que
O buraco que sobrou no meu peito
Quando você tirou suas coisas de lá
De vez em quando
Passava nas mãos o creme
Que você deixou em casa
Que costumava passar depois do banho
Só pra ter a sensação que eu
Tinha acabado de te tocar
Devo dizer que escrevi seu nome
De canetinha na minha mão
Só pra ver se uma cigana via você
Na minha linha do destino
Desenhei corações nos mapas astrais
Só pra dizer que a culpa era das estrelas
Mas no fim, aprendi que
Amarração de amor é mão dada
O resto é só propaganda enganosa
Contigo aprendi que sotaque é a forma
Que a geografia encontrou pra ser sexy
E que gemido nada mais é que a
Tradução em vogais de uma história
Que o tesão escreve pelo corpo
Meu bem
Me deixa ser a cura pra sua insônia
Me chama de sono e me pega
Faz meu sorriso se vestir com sua risada
E me afoga com desejos só
Pra justificar o boca a boca
Vamos ser a causa justa da solidão
Transformar o Instagram num
Álbum de casamento
E num teste de farmácia
Ver o substantivo positivo
Virar um nome próprio
Hoje de manhã fotografei nossa felicidade
Ela é a cara dos nossos filhos e
Até eu te encontrar
O amor nem pensava em vir, quando enfim
Um brilho no olhar
Um sonho em par
Pra mim, amar é assim
Com você longe, descobri
Que amor é ficar encarando
O telefone depois de uma briga
É entender que a diferença
Entre uma masmorra e uma fortaleza
É só a existência de uma porta
É quando se aprende
Que não existem apostas numa relação
Porque em todo jogo de bem me quer
Uma flor acaba mutilada
Me perdoa, por minhas frases
Às vezes parecerem a calçada da fama
Onde desfilam minhas famosas desculpas
E te peço, que se você for pôr
Palavras na minha boca
É bom que sua língua venha junto
E que o fim do nosso orgasmo
Seja o único desmancha prazeres entre a gente
Por mais que a vida fechou
Nossas portas em algum momento
Eu continuo endereçando sorrisos
Para sua caixa de correio
Meu bem, sempre fomos o
Último casal a deixar a pista
A esperança é quem apaga a luz
Do salão depois de varrê-lo
Daqui, as luzes ainda estão acessas
E por tudo que a gente viveu
Acho que a gente ainda merece uma dança
Fica aqui meu convite