Negro Sol
Márcio Macedo
Ao luar
Num doce balançar
Eu vi uma sereia
Os pés sujos de areia
Me acenou com a mão
Ai, ai meu coração
Entrei no seu lundu
A noite era um clarão
Seu olhar
Logo me envenenou
Senti-me um curió
Nas mãos de um caçador
Lembrei do marajó
Princesa algodoal
A "preta" que me achou
É flor do cafezal
E rodei
Ai, ai como eu rodei
Sentindo que a paixão
Era por tudo em mim
A força de um olhar
Nós dois à beira-mar
Aos toques do tambor
Teu cheiro, teu sabor
Embriaga feito tarubá
Recende em teu suor
Teu brilho negro sol
Um cheiro da maré
As curvas da mulher
Os corpos dando um nó
Te faço um cafuné
Morena flor
Me leva pro teu mundo
Me laça num segundo
Me ama sobre o mar
Numa canoa
Ai, ai que coisa boa
O vento vai soprando
E a gente se espalhando
Pelo ar