Amado Timóteo

Marco Telles Marco Telles

Na presença de Deus e de Cristo Jesus
Que há de julgar os vivos e os mortos
Eu o exorto solenemente
Pregue a Palavra

É com este imperativo
Que Paulo inicia suas últimas palavras
Ao seu filho na fé, Timóteo
Esta é a sua segunda carta ao jovem pregador
E possui um valor histórico sem precedentes
Afinal, além de ser uma convocação solene ao ministério
E, por isso, conter sagradas lições para qualquer cristão vocacionado
Trata-se também da última carta paulina que temos registro
Ao que tudo indica, este foi seu último documento
Estamos mesmo diante das últimas palavras do apóstolo Paulo
Não apenas à Timóteo, mas ao mundo
Como chega ao fim dos seus dias um homem de Deus?
Quais as circunstâncias que o rodeiam em seus momentos finais?
O que leva a escrever esta carta ao seu amigo querido, ao seu filho amado?

O pedido de Paulo não poderia ser mais solene
Pregue a palavra
Este é o resumo
De absolutamente tudo o que Paulo vem dizendo a Timóteo
Desde o começo desta carta
Não é uma carta qualquer
É uma convocação última e urgente
Para que Timóteo se erga de suas limitações
E de seus temores e assuma o lugar de seu tutor

Uma vez que Paulo
Está mesmo chegando ao fim de sua jornada ministerial
É hora do jovem Timóteo se erguer
Com ainda maior compromisso e valentia
Paulo diz se lembrar das lágrimas sinceras de Timóteo
E da fé não fingida que ele recebeu de bom grado
E acolheu no peito por meio da fala de sua mãe e de sua vó Lóide
Deus não nos deu espírito de covardia
Mas de poder e amor e equilíbrio
Foi o que Paulo lembrou a Timóteo
No primeiro capítulo dessa carta
Enquanto fazia referência à santa vocação que Cristo nos fez
Evite conversas inúteis e profanas
Enfatizou Paulo no segundo capítulo
Fuja dos desejos malignos da juventude
No capítulo 3, Paulo se recusa em esconder de seu discípulo
A face escura do ministério e diz sem medo
Todos os que desejam viver piedosamente em Cristo
Serão perseguidos
Tu, porém permaneça nas coisas que aprendeu por meio das escrituras
Pregue as escrituras

Esse é um mandamento tão solene
Que as testemunhas convocadas diante das quais
Paulo ordena a Timóteo que pregue são Deus e Cristo Jesus
Alguns já haviam questionado o ministério do jovem Timóteo
Mas não era a hora de se entristecer por isso
Pregue a Palavra!
Outros já o haviam ridicularizado
Por seguir um pobre coitado feito Paulo
Sempre perseguido
Mas não era a hora de se envergonhar
Pregue a palavra!
Alguns chegam a sugerir
Que a própria personalidade de Timóteo
Seria também uma barreira possivelmente tímida e inseguro
Mas não era a hora de se ensimesmar
Era a hora de se expor
E pregar a palavra em tempo ou fora de tempo

E é como se Deus segredasse ao ouvido de Paulo
Sobre os dias que viriam
Os dias de hoje e aí Paulo vai dizer
Timóteo, vai chegar o tempo em que não suportarão a sã doutrina
A verdade causará coceira dos ouvidos
As pessoas vão atrás de pregações inofensivas
Vão configurar pregadores que lhes afaguem o ego
Que troca infeliz, a dura verdade pela suave mentira
Fábulas e mitos podem emocionar
Mas são incapazes de nos salvar eternamente
E é por isso que Paulo insiste
Timóteo, eles podem, você não
Seja sóbrio, pregue o verdadeiro evangelho
E venha sofrer comigo
Feito um soldado nas trincheiras de uma guerra

O abandono em massa do evangelho
E o fracasso coletivo de boa parte dos primeiros convertidos
Não eram as únicas razões pelas quais
Timóteo deveria se posicionar em favor de Cristo
Assumindo sua vocação
Outra razão, oferecida por Paulo
Era sua morte iminente
Ou como ele gostava de figurar a sua oferta de libação
Os rituais e sacrifícios praticados no velho testamento
Incluíam essa tal oferta de libação
Que seria o momento em que o altar
Sobre o qual os animais eram sacrificados
Seria lavado por algum líquido
Geralmente vinho ou óleo
O aroma perfumado destes líquidos
Denunciava que já estava chegando no fim da cerimônia
Essa foi a figura usada por Paulo pra descrever sua morte

Ele não desenha essa tela com cores densas, escuras
Mas com o vivo vermelho de um vinho sendo aspergido
Não tem cheiro de medo ou luto
Sua morte tem cheiro de vida e festa
As rimas não são azedas e melancólicas, não
Sua morte rima com o doce do vinho
E este é precisamente o convite de Paulo a Timóteo
Venha sofrer comigo

(Até sozin)

Recebemos
Bom tesouro
Tá guardado aqui

Nosso peito
Tem segredos
Só se pode ver

Se olhar de perto
E provar da alegria
Que é chorar

Se sofrer comigo
Feito um soldado
Em Cristo se ancorar

Sei em Quem eu creio
Estou certo de que tem poder
E é santa a vocação
Que Ele nos deu

Acreditar no evangelho é ir
E caminhar seguro, até sozin
Acreditar no evangelho é ir
E caminhar seguro, só, sozin

Vem olhar de perto
E provar da alegria
Que é chorar

Acreditar no evangelho é ir
E caminhar seguro, até sozin
Acreditar no evangelho é ir
E caminhar seguro, sozin


Vem depressa ao meu encontro
Pois Demas, amando este mundo, abandonou-me
Crescente foi pra Galácia
Tito pra Dalmácia
Só Lucas está comigo
Traga Marcos, ele me é útil
Traga uma capa e meus livros

Veja o risco que Timóteo está correndo
A convocação solene de Paulo
Mais parece com um náufrago a deriva
Insistindo sorridente
Pra que o marinheiro abandone a segurança do navio
E se lance com ele no mar

Vem depressa Timóteo
Abandone suas frustrações
Suas inseguranças
Não há tempo a perder com questões banais sobre aprovação
Nem espere lá que te aprovem tanto assim
Vem depressa

E por que a pressa?
Paulo vai dizer que em primeiro lugar
Timóteo deveria se apressar porque Demas o abandonou
Amando o presente século
O abandonou

Esse é o mesmo Demas
Que foi citado na carta de Colossenses ao lado de Lucas
Certamente um companheiro na jornada paulina
Depois ele foi citado novamente em Filemom

Como um cooperador de Paulo
E aqui ele encerra sua jornada
Recebendo o pior dos adjetivos prum cristão
Fujão

Agora vejam
Se Demas abandonou o evangelho
Por amar aquele século primitivo
Quais seriam as nossas chances?
Como me certificar de que eu também

Não seja tomado como um desses que
Cooperam na causa nobre do evangelho
Mas fogem na hora da morte?
Feito aqueles que seguiam a Jesus

Mas se recusaram a comer de sua carne e beber seu sangue
Como Timóteo permaneceu?
Como eu poderia permanecer?

Paulo lembra a Timóteo
Ainda nessa carta
Que seu sucesso não estaria garantido pela força do seu próprio braço
Mas na graça
No favor imerecido de Cristo

Foi por essa graça que Pedro bradou
Uma das afirmações áureas da fé cristã
Como eu poderia fugir?
Pra onde mais eu iria?
Só tu tens palavra de vida eterna

E o abandono de Demas
Não é a única razão pela qual
Timóteo precisa se apressar
Paulo vai continuar dizendo que
Crescente foi pra Galácia

Tito pra Dalmácia
E nesse caso
Não se trata de abandono de fé
Se trata de desdobrar-se
Em tantos quantos podia
Afim de atender uma demanda gigante

Os campos estavam brancos
E poucos eram os ceifeiros
E os poucos que ali ainda se mantinham fiel ao evangelho
Se desdobravam
E é por isso que Paulo diz

Vem depressa Timóteo
Eu sei que cê tá cuidando aí da igreja em Éfeso
Mas sua presença aqui é muito necessária
Eu já enviei Tíquico pra assumir seu lugar
Vem porque os campos estão brancos

Embora eu tenha crescido na igreja
Nunca vi missionário nenhum
Dando testemunho de que seu campo de trabalho
Tá cheio de mão de obra
É sempre o contrário que se vê

Porque é assim que se faz a obra de Deus
Em absoluta dependência
Rogando ao Senhor da seara
Que envie trabalhadores depressa
A obra de Deus sempre vai ser maior
Do que me julgo capaz de suportar

Veja Paulo por exemplo
O grandioso Paulo era falho
E por vezes inflexível
No começo de sua relação com Marcos
Não teve paciência pra suportar
Os melindres do jovem Marcos

Mas aqui
No final de sua jornada
Como um de seus últimos desejos
Pede à Timóteo

Traga Marcos com você, ele me é útil
A obra de Deus é feita por gente falha como Paulo
Mas que ao modelo de Paulo
Se deixam persuadir
Pela ação do Espírito Santo através do tempo

Algum Paulo já te machucou por aí?
Perdoe
Dê tempo ao tempo
Algum Marcos já lhe tirou do sério?
Espere
E vê bem se ele não termina sendo no fim das contas
Útil pra você na jornada cristã

Toda essa solidão Paulina fica ainda mais evidente
Na próxima frase
Traga-me uma capa e não se esqueça dos meus livros
Paulo está só, sente frio, sente falta
E que eu preciso lhe perguntar seriamente

Você quer esse evangelho?
Talvez tenham mentido pra você
E prometendo um evangelho de glamour
Mas olhe bem aqui
Que o maior missionário da igreja
Tá terminando seus dias assim

Preso, com frio, e pedindo pra que alguém lhe traga pelo menos alguns livros
Lembre-se de Cristo na cruz
Sentindo falta não de qualquer outra coisa
Mas, a falta do próprio pai
Você quer esse evangelho?

Mesmo sabendo que tá correndo risco
De tomar a mesma trilha
E terminar seus dias pedindo prum amigo distante
Traga-me uma capa e alguns livros

Uma voz antiga disse certa vez
Deus, se tratas assim seus amigos mais próximos
Não me admira de que tenhas tão poucos

Esse é Paulo
Chegando ao fim de seus dias

(A partida)

Mãos cansadas
Desatando
Nós que o prendem aqui
Soltam o barco
Aguardando a hora de partir
Mas a sua canção não carrega a dor de quem se vai

Mãos marcadas
Pelas lutas tidas sem fugir
Esvaziam todo o barco
De tudo, de si
Pois a sua canção não carrega a dor de quem se vai
E em seu coração guarda a fé que o fez encontrar paz

Mãos que ao ver o frio do inverno
Não perdem o sorrir
Aquecidas pela graça tornam a repetir

Dor nenhuma se compara
Com a glória por vir

Dor nenhuma se compara
Com a glória por vir

Dor nenhuma
Alma nua
Tô chegando aí


Alexandre, o ferreiro, causou-me muitos males
O Senhor lhe dará a retribuição pelo que fez
Previna-se contra ele
Porque se opôs fortemente às nossas palavras
Na minha primeira defesa
Ninguém apareceu pra me apoiar
Todos me abandonaram
Que isso não lhes seja cobrado

Quando a gente tem em mente
Que essa carta de Paulo ao seu amando Timóteo
É, na verdade, uma solene convocação
Pra obra do ministério

Essa sessão aqui onde ele fala
Sobre a traição de Alexandre
E o abandono que sofre durante sua primeira defesa
Demonstra o nível de sinceridade de Paulo pra com Timóteo

Não existe nenhuma intenção
De maquiar a realidade do ministério
Timóteo não estava sendo enganado
Quanto aos terríveis perigos de se lançar na preciosa jornada
Que é a proclamação da verdade de Deus
Quanto ao velho Paulo, prepara seu jovem sucessor
Pra realidade das dores do ministério

Ele poderia dar vários conselhos
Quando o assunto era sofrimentos e perdas
Ninguém melhor pra rechear a pauta
De experiências pessoais do que Paulo
Ele podia falar sobre a dor das chicotadas
Ou dos aprisionamentos nas argolas aí
Das masmorras

Ele podia falar pra Timóteo
Sobre naufrágios
Apedrejamentos
Tudo isso Paulo sofreu
Tudo isso poderia sobrevir a Timóteo
Mas o que Paulo considera
De singular importância no fim das contas
É preparar Timóteo pra traição no campo

Timóteo, Alexandre, isso dói
Se até mesmo nosso Cristo
Teve que passar pelo amargo anoitecer
De um beijo amigo
Que o levou diretamente aos braços de seus perseguidores

Estaria Paulo livre de sofrer o mesmo?
Deveria Timóteo se enganar
Quanto a real possibilidade
De provar também em sua face esse beijo?

Ao que tudo indica
Segundo alguns comentaristas
Alexandre teria sido alguém influente
Com quem Paulo poderia ter contado

Durante seu primeiro julgamento
Mas ao invés de oferecer ajuda no caso de Paulo
Alexandre teria sido seu principal opositor
Durante a sessão de sua defesa

Como se não bastasse lá está o velho Paulo
Lançado feito um animal
Amarrado diante de sua presa
Se levanta com dificuldade pra falar em sua defesa
Mas quando olha ao seu redor
Encontra os magistrados
Seus perseguidores estão lá
Tem até os curiosos
Mas não acha sequer um rosto amigo

O velho Paulo está vivendo os seus dias mais difíceis
Em absoluta solidão
Ele que tanto desejou partilhar do sofrimento de Cristo
Se vê agora como ele em sua cruz
Abandonado por seus amigos

Quem de nós suportaria essa pressão?
Sem amaldiçoar a si mesmo
Sem desacreditar sua própria jornada?
Valeu a pena Paulo?
Vê bem aí ao seu redor
Gastou sua vida em favor de tanta gente
Abraçou tanto por aí
E no dia de sua terrível dor
Quantos estão aqui pra lhe devolver esse abraço?
Valeu a pena velho Paulo?

E a pergunta volta pra você
Você quer esse evangelho?

Olha bem pra esse texto e me responda
Quer mesmo correr o risco?
De chegar nos últimos dias de sua jornada
Como o velho Paulo
Como o seu Cristo?

Olhe bem
Veja bem, se você começar a se envolver demais
Com esse negócio de igreja
De Cristo
De evangelho
Você vai ter que começar a perder algumas coisas
Que qualquer um considera de grande estima

Se seu envolvimento chegar até o pescoço
É possível que, perca alguns amigos
Talvez aquela promoção tão sonhada na carreira profissional
Porque as ideias do evangelho
Vão bagunçar sua cabeça de uma forma bem estranha a princípio
E você corre sérios riscos
De ter de configurar sua postura e privada
Você quer esse evangelho?

Se chegar ao ponto de envolver-se
Até submergir no oceano desse evangelho
E já não saber mais quem é você e quem é Cristo
Aonde começa Cristo em você
E até onde vai você em Cristo
Você pode chegar sim, ao ponto de estar sozinho
Escrevendo pra algum amigo distante
Ei, me envia aí uma capa e alguns livros

Mas as escrituras garantem que
Não é possível de forma nenhuma
Que você chega ao seu último dia
Sem a presença do mesmo Cristo que o encontrou
Com mesmo olhar compassivo que lhe acolheu
Paulo continua o texto dizendo

Mas o Senhor permaneceu ao meu lado
E me deu forças para que por mim
A mensagem fosse plenamente proclamada
O Senhor me livrará de toda obra maligna
E me levará a salvo pro seu reino celestial
A ele seja a glória pra todo sempre
Amém

O convite do velho Paulo ao seu amado, Timóteo
Não era pra se jogar em absoluta insegurança
No mar revolto afinal de contas, não
Era o oposto

O convite de Paulo era pra que Timóteo
Subisse ao navio mais firme
Aliás, que subisse na rocha inabalável
Que é Cristo
Por isso a insistência

Timóteo, eles podem regredir
Pode acontecer daquele lá te trair
E o outro te machucar
Na verdade, vai acontecer
De muitos virarem as costas
Pro evangelho que você proclama
Tu, porém, permaneça firme
Timóteo
Eles podem
Você não

(Tu, porém)

No entardecer dos tempos
A verdade verá
Em liberdade, a ambição
Dançando com seus mestres
Em santo chão

Cada um, em desprezo
Abandona o outro
Cada um, desespero
Só se abraça e é pouco

Não tem céu, teto, chão
Verdade presa na escuridão
Na escuridão

Tu, porém
Permaneça em mim
Tu, porém
Guarde o que eu falei
Tu, porém
Fortifica-te
É o bastante
A Graça que Eu deixei

Tu, porém
Sei dos outros

Tu, porém
Eles podem
Tu, porém
Vão ser muitos
Tu, porém
Sê fiel até o fim

Só vem
Traz a capa aí também
Livro, amigos
E só vem
Eu tô sozinho
Tu, porém
Sê fiel comigo

E se perder tudo que tu tens aí
Se alegre então por saber: Deus está aí!


Na realidade do evangelho
A realidade das coisas
Costuma ganhar outras cores

Morte aqui tem cheiro de vida
O choro às vezes ganha contornos amarelos
E soa festivo

Na realidade subversiva do evangelho
É dando que se recebe
Eu sei que você tem sido treinado
Pra reter
Sucesso pra gente é retenção em massa
Mas veja, o sucesso de Cristo
Foi medido pelo nível de seu esvaziamento

Enquanto Paulo está aos olhos de todos ali no tribunal
Sozinho, abandonado, sujo, doente
Ele vive, na verdade, seus momentos de maior alegria
Ao relatar esse episódio ele deixa escapulir
Uma pequena e bela canção de louvor
A ele seja a glória pra todo sempre, amém
Ele nunca esteve tão bem acolhido como em sua solidão
Na realidade do evangelho
A realidade das coisas
Costuma ganhar outras cores

Estamos caminhando para as últimas palavras dessa carta
As últimas palavras registradas do grandioso Paulo
Aliás, do pobre coitado e aprisionado Paulo
Porque, na realidade do evangelho
A realidade das coisas
É outra

Saudações à Priscila e Áquila
E à casa de Onesíforo
Erasto, permaneceu em Corinto
Mas deixei Trófimo doente em Mileto
Procure vir antes do inverno

Êubulo, Prudente, Lino, Cláudia e todos os irmãos
Enviam-lhe saudações
O Senhor seja com seu espírito
A graça seja com você

Como chega ao fim de sua jornada um homem de Deus?
Paulo chegou assim
Aparentemente sozinho
Mas nenhuma gota de amargura no peito
Antes, saudações e gratidão
São exaladas por meio de suas palavras

Ele faz menção de amigos queridos
Com quem dividiu momentos importantes na fé
Priscila e Áquila que já haviam partilhado estrada missionária com Paulo
Em ocasiões passadas
Onesíforo que já foi mencionado por Paulo
Como alguém que o animava muito
Cita Erasto também
Possivelmente tesoureiro na igreja em Corinto
Uma igreja que, parece ter demandado muito da atenção do apóstolo
Como chega ao fim um homem de Deus?

O que Paulo está se ocupando em fazer
Nos últimos momentos de sua jornada?
Bem, Paulo estava fazendo aqui
O que fez durante todo o seu ministério
Ele tá pensando nos outros
Deixei Trófimo doente em Mileto

É quase como ver a Cristo ali no madeiro
Em grande dor e agonia
Mas ainda sim, reservando algum momento
Pra cuidar de sua mãe
E de seu discípulo mais novo
Filho, eis aí a tua mãe
Mãe, eis aí o teu filho

Cristo entregou o coração partido de sua mãe
Aos cuidados de João
Paulo entregou o doente Trófimo
Aos cuidados de seu discípulo
Quem de nós pensaria em mais alguém
Na hora de sua dor?
Paulo pensou
Cristo também

Porque na realidade do evangelho
A realidade das coisas
Costuma ganhar outras cores

Paulo ainda arranja espaço pra citar
Cuidadosamente nomes daqueles que
Muito provavelmente, são seus últimos frutos
Êubulo, Prudente, Lino, Cláudia e os irmãos todos
É como quem diz
Se você chegar aqui Timóteo e eu não estiver mais
Procure por esses novos convertidos
E aí nós chegamos de fato no fim

Pra quem acompanhou
A jornada cinematográfica de Frodo e a sociedade do Anel
Lembra muito bem da cena comovente que
Foi a despedida que esse pequeno e corajoso Hobbit com seus amigos
Mas o momento mais emocionante foi o último abraço
Frodo olha compassivo pro seu companheiro de jornada Sam
E em silêncio solene
Os dois parecem reviver toda aventura
Que os tirou do Condado e os levou até ali

É precisamente nesse ponto
Da história de Paulo e Timóteo que chegamos
Nas próximas frases são o último abraço de Paulo em seu filho Timóteo

E ele poderia fazer votos de que Timóteo
Fosse muito bem na vida
Tivesse muitos amigos e tudo mais
Mas não é nada disso que Paulo deseja a Timóteo
Paulo sabia muito bem

O que foi que o livrou de padecer inúmeras vezes
E padecer aqui, não é no sentido de morte não
Porque morte pra Paulo é lucro
Lembre-se, na realidade do evangelho
A realidade das coisas
Costumam ganhar outras cores

Paulo sabe muito bem o que desejar a Timóteo
Timóteo quando eu tinha sua idade
Quando eu era jovem
Eu fui até Deus
Desesperado
Com um espinho que me aferroava a alma

Mas Deus disse
Paulo, não se avexe não
A minha graça te basta
Porque o meu poder se aperfeiçoa na sua fraqueza

E é isso Timóteo que eu desejo a você
O favor imerecido dos céus que
Certamente me abrirá os portões celestiais
Timóteo, que a graça seja com você

E ao dizer isso, descansou a pena do poeta
Descansou o apóstolo eternamente
Missão cumprida
Seu ministério findou

Eu não sei se Timóteo chegou lá antes do inverno
Como Paulo desejou
Mas a pergunta é se você
Vai chegar antes do inverno

Timóteo, vem depressa


(Perder)

Se eu perder tudo que juntei aqui
Me alegrarei, pois eu sei que tenho a Ti
Me ponho ao chão pra agradecer
O Teu amor por mim, Teu sangue sobre mim

Todos os dias
Minha beleza será
Todos os dias
Minha riqueza será
Todos os dias
A minha glória será o Senhor
Será o Senhor

Se eu perder tudo que tenho aqui
Me alegrarei, pois eu sei: Tenho a Ti
Me prostro ao chão pra agradecer
O Teu amor por mim, Tua graça sobre mim

Se eu perder tudo que juntei aqui
Me lembre só mais uma vez: Tenho a Ti
Me prosto ao chão pra agradecer
O Teu amor (ê a ô)

Vou pro chão pra agradecer
O Teu amor (ê a ô)

Vou pro chão pra agradecer
O Teu amor

É a Graça que me acaba
E depois que eu juntei tanto
E depois de tantas vezes
É a Graça que acaba
E destrói
Não fica nada
Só a Graça!

  1. Colossenses e Suas Linhas de Amor (feat. fhop music)
  2. Aplicação (II Tm 4.19-22)
  3. Amado Timóteo
  4. Canção do Cristão Medieval
  5. Ensaio Sobre Luz
  6. Eu e Tu e o Vento
  7. Filipenses, O Avesso
  8. Benedictus
  9. Circômio
  10. A Partida
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