Conto de Areia
Mariene de Castro
É água no mar, é maré cheia ô
Mareia ô, mareia
É água no mar
É água no mar, é maré cheia ô
Mareia ô, mareia
É água no mar
Contam que toda tristeza
Que tem na Bahia
Nasceu de uns olhos morenos
Molhados de mar
Não sei se é conto de areia
Ou se é fantasia
Que a luz da candeia alumia
Pra gente contar
Um dia morena enfeitada
De rosas e rendas
Abriu seu sorriso de moça
E pediu pra dançar
A noite emprestou as estrelas
Bordadas de prata
E as águas de Amaralina
Eram gotas de luar
Era um peito só
Cheio de promessa era só
Era um peito só cheio de promessa
Era um peito só
Cheio de promessa era só
Era um peito só cheio de promessa
Quem foi que mandou
O seu amor
Se fazer de canoeiro
O vento que rola das palmas
Arrasta o veleiro
E leva pro meio das águas
De Iemanjá
E o mestre valente vagueia
Olhando pra areia sem poder chegar
Adeus, amor
Adeus, meu amor
Não me espera
Porque eu já vou me embora
Pro reino que esconde os tesouros
De minha senhora
Desfia colares de conchas
Pra vida passar
E deixa de olhar pros veleiros
Adeus meu amor eu não vou mais voltar
Foi beira mar, foi beira mar que chamou
Foi beira mar ê, foi beira
Era um peito só
Cheio de promessa era só
Era um peito só cheio de promessa