Vida de Pescador
Matogrosso & Mathias
Vou fazer o meu ranchinho na beira do rio só pra mim
Pescá
Pra fugir da baruião da cidade grande pra não
Instressá
Lá eu fico amoitado jogo um farelinho pra cevar o
Poço
Até esqueço que no banco eu tô atolado até o pescoço
Ai, como é difícil a vida do pescador
De noite ele enrosca o anzor na gaiada da taboca
De dia ele queima no sor dando banho nas minhoca
Levanto de madrugada pego a minha enxada e começo a
Cavá
Mais é pra ranca minhoca pra figar uns bagres pra nóis
Armoçá
Depois ranco umas mandiocas e jogo na água prelas
Istragá
Pra cevar peixe graúdo eu faço de tudo pra não
Trabaiá
Ai, como é difícil a vida do pescador
De noite ele enrosca o anzor na gaiada da taboca
De dia ele queima no sor dando banho na minhoca
Vou chamar o Anizião um caboco bão pra tarrafiá
Ele da uma tarrafiada que precisa quatro pra poder
Puxá
Dias desses la no córgo ele apichou a sua tarrafinha
Pego cinco jiripoca uma onça parda e dezoito galinha
Ai, como é difícil a vida do pescador
De noite ele enrosca o anzor na gaiada da taboca
De dia ele queima no sor dando banho nas minhoca
Tudo aqui no meu ranchinho é bem simpresinho eu falar
Pro ceis
É um farturão danado nóis pega dourado e soRta tra
Veiz
A pexaiada miúda nóis tem uma vara que é pra compará
Se não der dois metro e meio nóis soRta o bichinho
Preles mióra
Ai, como é difícil a vida do pescador
De noite ele enrosca o anzor na gaiada da taboca
De dia ele queima no sor dando banho nas minhoca
Quando vai escurecendo nóis vorta pro rancho, é hora de
Jantá
Um arroz com cambuquira, um franguinho caipira que é pra
Variá
Depois nóis ferra no truco, joga umas partidas que é
Pra relaxá
Ai nóis vai dormir tranquilo pra no otro dia nóis
Vortá a pescá
Ai, como é difícil a vida do pescador
De noite ele enrosca o anzor na gaiada da taboca
De dia ele queima no sor dando banho na minhoca