Avareza
Xamã
Maria, corre e tira a roupa do varal
Porque o tempo fechou, vai chover no meu sarau
Um raio veio do céu, plantou no chão uma planta surreal
O homem avarento com o seu pensamento mau
Oh, meu senhor, ah, não é apologia não
Meu uso é cultural, tem bula e medicação
Você me passa o mel, o problema todo é comunicação
A indústria mais cruel é a indústria do cifrão
Mas João fazia rap, foi na boca comprar um beck
Pra sua mãe Luzia, que sofria de diabetes e esquizofrenia
E outras doença da alma que ela nem dizia
Favela CEP, Virgem Maria, acode o filho de santa Luzia
Foi abordado pela viatura e obrigado a dizer o que não sabia
Literatura, mas, todavia, essa ferida social não tem sutura
Oh, meu senhor, eu não sou bandido não
Sou pobre, mas minha mãe me deu uma boa educação
Passei dificuldade e na cidade vi o homem cão
E as imbecilidades que distraem o coração
Já meu tio Tião do Caminhão que mora em Sepetiba
Acha que Deus tá boladão, e diz que baseado é coisa de lerdão
Mas a velocidade tá importando menos do que a direção
Santa Maria, ganja, ganja, mãe de Deus
Musa da minha poesia, quanta magia, livrai-me dos fariseus
Libertem santa Maria, ganja, ganja, mãe de Deus
Musa da minha poesia, quanta magia, livrai-me dos fariseus
Libertem santa Maria, libertem santa Maria, libertem santa Maria
E assim, o homem avarento pôs no bolso o Sol e fabricou para si o céu cinzento
Jantou a sós com seu melhor argumento
Acabou num palácio de solidão, cimento e sabe-se lá Deus o quê
Jogou pérolas a porcos, a bêbados e pra você
Seu amor de verdade passa na Tela Quente, ou na cidade
Eu cansei do seu flowzinho Sessão da Tarde
Quanto vale a sua saudade? Divide comigo a metade?
Eu não mereço, mas agradeço a sua malandragem
O homem avarento tem medo do morro
Meu DVD tá cinco prata (larara)
Agarraram o camelô e o rapa tá na feira
Saudade dos anos 90 sem fronteira
O homem avarento tem medo do morro
Meu DVD tá cinco prata (larara)
Agarraram o camelô e o rapa tá na feira
Saudade dos anos 90 sem fronteira
(Santa Maria)
(Santa Maria)
Maconha!