Eu e o Rio
Miltinho
Rio caminho que anda e vai resmungando talvez uma dor
Há quanta pedra levaste outra pedra deixaste sem vida e amor.
Vens lá do alto da serra o ventre da terra rasgando sem dó.
Eu também venho do amor com o peito rasgado de dor e tão só.
Não, não, não, não
Não viste a flor se curvar, teu corpo beijar e ficar lá pra trás.
E tens a mania doente de andar só pra frente e não voltas jamais.
Rio caminho que anda, o mar te espera não corras assim.
Eu sou um mar que espera alguém que não corre pra mim.