Fósforo
Pecaos
Se eu não viver disso eu me mato, ele disse
Depois de um desabafo, ele foi
Eu fiquei preocupado, mas não disse
Bolei outro tabaco, fui pra luta
Hoje sedi pros meus vícios
Entrei na própria carapuça
O Inconsciente e seus vestígios
Meus amigos na labuta
Sonhos mocados na gruta
Isso é só um prefácio
Não quero entrar na disputa
Não gosto de nada que é fácil
Aqui o buraco é mais embaixo, mano
Não nos coloque em caixas
Neguinho valoriza os cachos
Neguinha vai dar tudo certo
Nem tudo que cabe encaixa mas
Tudo que força, uma hora quebra
E assim voltamos a mesma moeda
Quem muito releva se leva
Quem muito se expõe impõe e
Quem muito se opõe leva pedra
Por isso tá tudo uma merda
Situações que a vista alaga
Lições que a vida nos prega
Ambições que condizem com pragas
Situações que me parecem cegas
E assim segue a nossa saga
Quem dispara a flecha explana a sua posição
A razão nem sempre tem razão
Coração não se usa com todos, foi o que eu disse
Mais uma das minhas tentativas de escapar disso aqui
A me distrair pra não destruir o que desconstrui
Mas não consegui
E me deparei com aquele que sou
E me comparei com aquilo que era
Fui injusto no meu julgamento
Eu lamento por ser tão confuso
Que pra mim é só meu raciocínio
Sem domínio, mas, com meu movimento
Tudo aqui parece correr lento
É que, tá perto é longe de tá dentro
Penso
Se eu tivesse morrido naquele enquadro
Ou se eu entrasse no carro do mano breaco, que jurava que era boleia
Ou ramelado no dia que eu tinha a responsa de subir no palco
O que hoje eu seria?
O futuro é coisa séria
Histeria coletiva quando se toca no assunto
Se a fé move montanhas, então imagine pessoas
Mas precisamos de força, então sedemos a crença
E no fim ficamos juntos
Quem sabe compensa
Toda tribo tem sua lista de regras
Pré requisitos e suas sentenças
Então não ache que a sua é só coincidência
Vítimas da circunstância, Filhos da inexperiência
Pai da devota arrogância, ou da suposta inocência (ou da suposta inocência)
Curvas que alteram o destino do acaso
Todo trauma voltaremos a infância
Distância e descaso
Limites e destroços
Se é tudo nosso, me diz o que é meu?
Ou melhor, me diz o que é seu?
Mas o que literalmente é seu
Não o que a grana te deu
Nem pessoas e nem Deus
Não há novos homens se existem velhos inimigos
Fui claro, Mas interpretado errado
Cada janela é uma vista, eu sei
Mas mesmo barco é o caralho
Deixaram rastros e nos colocaram signos
Não que eu acredite em astros, Aprecio a força de símbolos
Não reparo em semáforos porque eu não tenho um carro
Mas como fumo cigarro reparo na ponta do fósforo
Não acho que viemos do barro
Quem evita a colisão, colide consigo quando a luz não bate
Segundo equinócio
Maturidade, entendo a sua motivação
Mas entenda minha simplicidade, ou viveremos nessa frustração