Poetas no Topo 3.3 - Parte 1
Pineapple
[Ogi]
Era do cão, era do caos
Uma criança morreu na minha frente
Era do stress, era das trevas
Minha esperança morreu indigente
Minha esperança morreu indigente
Meus sonhos no orfanato jogaram
Hoje não tenho contato com eles
Pois num manicômio me trancafiaram
Suposto, suspeito
No rosto, no peito
E agora o fundo do poço
É o leito que me deito
Enquanto o vilão dessa história de bom moço posa
A insanidade tem comigo dois dedos de prosa
Você será herói
Você terá glória
Pois você é Luís Inácio e ele João Dória
A esperança tá ali
Ontem mesmo eu a vi
E ela tava caminhando com a vitória
Que-que-quero saber quem assina a cena
Que me assassina
Será que a chacina um dia sana?
Trocaram o acerto na mega-sena
Pela mega-sina
A vida é um gole de estricnina
É o olho que tudo vê
Eu olho e só vejo views
No olho do vendaval
O povo a ver navios
Na era da fake news
Matrix destrói o Neo
Bem-vindos ao Brasil
[Bob do Contra]
Quantas almas cê tocou hoje?
Isso que importa: Se importar com o próximo
Isso não é frustração
Tô sempre dando a mão, não trabalha não, que cê vai ser o próximo
Cês são engraçado
A Pineapple só bota esse Bob
Esse Bob é chato
Fora de moda
Meu flow incomoda
Mas se eu canto, chora
Se eu rimo até o cabelo do seu cu fica arrepiado
Eu não sou mais que ninguém, não
Eu só faço o meu
Igual naquela das antiga
Tá nas estrela, reclama lá com Deus
Quer ser melhor?
Marechal já disse
Não vai dar pra pagar marcas comprando macas
Assim como não da pra aceitar quem fala em salvar vidas usando armas
Cuidado com o que se lê
Com o que se vê
Hoje poucos têm compromisso
- Vou governar pra maioria
Cuidado, Hitler também disse isso
Naquela do "tamo unido"
Judas também disse isso
Eu tenho aversão
Quem se diz salvação
A igreja mata milhão e sempre disse isso
A espera do novo Messias
Cês elegem o meme do Super Pop
Pra derrotar eles, veio o Super Bob
Não acredite no que eles dizem
Sucesso não é cê morrer pobre
Até quando cê consegue ser forte?
Mais um corpo e foi falta de sorte
Me diz: O que é ser um poeta no topo?
Se um de nós for morto, pra eles tá top
Ainda sim cê vai pular isso aqui
Pra ouvir seu MC do hype
Se o poder Maquiavél tava certo
Isso é o sobre ego
Hip-Hop virou só um detalhe
No rap desde 2010
Vi muita gente foda se perder
Muita gente do nada alcançar
Acredite ao extremo que cê vai vencer
2012, contra corrente
Guilherme e Gabriel salvaram minha vida
2015, nóis no rap RJ
Primeiras camisas que o Abacaxi vendia
Esse mundo é uma Divina Comédia
Igual era o álbum com Tiago Mac
2020, Boombapstar
Quem não tiver caneta vai ser uma tragédia
Desfoca da capa, olha a obra
Vou sair ileso desse ninho de cobra
E já que tô imóvel e afiado e conversa fiada
Pega e espalha essa igual fofoca
Igual naquele verso do Rashid
Pego sua orelha pra ouvir isso tipo o Mike
Sério memo que depois de tudo problema
É o brown ter falado de Free Fire?
Cês tão de sacanagem
Tem em mente, mente
Cria me, me, me, me, me, me, me, meme
Eu não tendi nada
Momentos de crise
Tempos de renascimento
Mano, eu sou Da Vinci
Eu tô fora da caixa
De tanto ouvir besteira, eu fui lá e fiz
Me diz o que que falta pra tu ser feliz
Esquece essa balela de American Dream
Se amar é o que te falta pra tu ser feliz
(Assim que sair por aquela porta, começará a se sentir melhor)
(Vai se lembrar de que não acredita nessa coisa de destino)
(Você controla a sua própria vida)
(Lembra-se)
[Rod 3030]
Ei, Rod
Olhos são celulares
Celulares são olhos
Amazônia no fogo
E a praia cheia de óleo
Eu fico cheio é de ódio
Observo machismo tóxico
Na política, na polícia
E na comida só tem agrotóxico
Bozo, é melhor legalizar
Do medicinal, THC
Se não vou comentar em todas suas fotos
Como se eu fosse o FBC
Sou underground, mas sou mainstream
Eu tô na Globo, no SBT
Conscientizando igual Emicida
Fumando ganja igual Matuê
Eu nunca fui de falar
Gang, gang, gang
Mas então pergunta
Quem, quem, quem
Tem a mina gostosa igual a Cardi
E o filho playboy igual o Carti
O mundo é nosso, eu tenho a chave
Han Solo, eu tenho a nave
Vinte e sete, um Chevette
Bebendo Brahma igual o Black
Levantando o povo igual Ivete
Neurótico de guerra igual o Ret
Carregando o ouro igual o Felp
Bandana igual o Pac
Sabe como eu vi que era bom meu CEP?
Soltaram Lula e soltaram fogos
Sabe como eu sei que é bom o beck?
Se eu der um, dois, e querer soltar fogos
Fala mal do rap, aí eu perco os modos
Liberdade pro Renan da Penha
Fala mal do funk, aí eu perco os modos
E talvez você perca os olhos
Certos MC's fumam o fino
Desses fumos fracos
Fazem falsidade pela fama, é fato
Perdem pela pose
Pode pôr pistola
E Porsche, mas não porta
Peça só de pa-pa-pa
Pó parar
O povo precisa de paz, primo
Rod fazendo mais hino
Highlander, imortal
Eu não morro, Majin Boo
Eu só confio no meu cachorro
Profeta de gorro
Descendo o morro
Rod poeta no topo
(Rod, Rod, Rod)
[Rashid]
(Rashid, foco na missão, ei, ei)
Nasci no país da bola e quis o mic
Fato, sem engolir sapo
Primo, a Terra é redonda
Reta é meu papo
Papo, botei minha fita nisso
Eles querem o lifestyle do trap
Mas eu tô aqui desde que era só trapo (ae)
Minha mãe me disse: Não se curve
Onde o padrão é skinny e meu talento é GG
Tipo Glória Groove
Pra reger
Alma autônoma
Trouxe um verso indecente
Cê devia ter aberto numa guia anônima
Zoom, zoom, zoom
Zoom, zoom, zoom
Lá vem os cop
Vem brincando de Doom
Comum pra eles é cartoon
Pra nós Platoon
Perdemo tantos conhecido
Parecia a vida brincando de resta um
Pobreza nunca foi hype
Aqui meu rap entrega alimento pra alma
Chame Rappi
Nóis nipe
Alcateia contra covardes que pregam armas
Mas morrem de medo de quem prega ideias
Nós quer os hit, os kit, os feat
Mas, primeiro, respeita a origem
Não põe o carro na frente dos bois
"- O que rap tem a ver com causa social?"
Aí é foda, tem você que não entende de nenhum dos dois
Pra sonho não tem teto
Minhas letra cai em prova nas escola, tio
E não é por português correto
Mundão não me intimidou
Legítimo, jow
Sem concurso pra entrar
A rua foi meu ritmo e flow
Poetas no Topo, quantos revelado aqui
Minha rima azeda e cascuda combina com esse Abacaxi
Passou no estúdio, engatilho
Deixo marcas de letras que descem quente
Sobem rápido igual Bacardi
Anti-racista, não dá pra ficar no limbo
Punhos cerrados
Um de Madiba (Nelson Mandela)
Outro de Kimbo (Kimbo Slice)
Então, respeita o pai como eu respeito
Quem já tinha vindo e vrau
Rashid, A.K.A., o justo
A.K.A. tão real
Pras mentes sem amarras
O rap é meu produto
E meu valor só sobe, vê pelo meu código de barras
Vida não é clipe se emancipe
Suporta
Deus na direção
Só paro quando ele gritar: - Corta! (paz)
[MC Cabelinho]
(Ô, fé)
(Cabelinho na voz)
(Poeta no Topo, fé)
Eu sou do Rio de Janeiro
Acostumado ver traçante pra lá e pra cá
Sagacidade vem de berço
Se o papo for pra dar pinote, tu não vai me achar
Eu sou do Rio de Janeiro
Acostumado ver traçante pra lá e pra cá
Sagacidade vem de berço
Se o papo for pra dar pinote, tu não vai me achar
É que esse ódio no meu peito aumenta a cada dia
Não aguento mais tanto cheiro de sangue inocente
Nói' não vive, nós sobrevive
A guerra existe, a cena é triste
Meu povo tá doente
E até hoje eu não entendo esse preconceito
Só porque nós é preto
Vem de comunidade
E a desculpa é sempre falta de experiência
Mas como tem experiência sem oportunidade?
Tô de cabeça erguida (fé)
Apesar de estar a margem da sociedade
E eu fico feliz da vida
Quando eu vejo um preto se formando em faculdade
Um tiro de bala perdida (pra, pra)
Que saiu de uma arma de fogo de uma autoridade
Agatha era só uma menina (uma menina)
Que hoje deixou lembranças e muita saudade
A elite passa mal com a favela no topo
Porque pra eles o meu funk é som de marginal
Favelado em horário nobre passando na Globo
É a maior forma de resistência cultural
Se ele sobe atrás de droga invadindo o morro
Por que também não faz assim em área de playboy?
Vocês pode até querer incriminar meu funk
Mas duvido que um dia eles calem minha voz
Ô, fé, hum
Mas duvido que um dia eles calem minha voz
Mas duvido que um dia eles calem minha voz (fé)
[L7NNON]
Olha nós passando na esquina
Mais um enquadro
L7 é só obra prima
Mais um quadro
Me chamaram pro Poetas no Topo, né?
Não tá me vendo, porque tu não olha pra cima?
Peguei meu problema e joguei pro alto
No verso, o melhor de mim pra levantar tua autoestima
Rap faz o menor largar pistola
Faz sem-estudo voltar pra escola
Não quero saber se tu fuma Ice
Ai se tu soubesse que os menor morre é na cola
Hoje eles tão dizendo que agora eu tô morando em bairro nobre
Graças a Deus
E o meu pai que botou a cara a tapa pra não morrer pobre
Que que tem se eu tô de carro do ano? (que que tem?)
E daí se agora eu tenho no bolso? (e daí?)
Dinheiro pra comprar o que eu não podia
Parece que a minha vitória foi fruto do teu esforço (não)
O que tu pensa pouco me importa (não)
O que tu pensa nada me importa
Quem não dava nada, hoje me nota (é)
Quem domina o Brasa do RJ?
40 graus e eu aproveitei e fui dar uma nadada
Pescar garoupa ao invés de tilápia
Tua carteira tá igual conselho que eu daria pra quem tá se afogando: Nada
Pra não morrer na praia
Aproveita agora que a maré tá rasa
Eu sei, somos da mesma laia
A diferença é que a minha vida é constante subida
Tu tá no topo, né? Então, cuide pra que não caia
Caneta é uma Kalashnikov (47)
Minha mente é mais valiosa que cofre
Todo dourado no meu corpo é ouro
Tua mancada seguro num cobre
(Ha ha ha, ha ha ha)
Eu tô achando graça
Vem de simpatia se me vê na rua
Fala mal de mim na net quando tá em casa
A questão não é quanto tem na conta bancária
É se tu leva esperança pros menor das área
[Kayuá]
(Gigante da Norte nego, uh, uh, uh)
Era ela e o bebê no colo
Olho como que eu sobrevivi
Conto minha trajetória nego e bolo
Bolo mais um só pra refletir (uh)
Filho de mãe preta e solo, solo
Num solo como esse aqui
Até a morte chama o meu nome
Eu nunca mais passo perto da fome
Via de forma natural
Na geladeira só arroz e salsicha
Quando cresci é que caiu a ficha
Nós ostenta o que era pra ser normal
Ansiedade por humanidade de quem sempre se sentiu invisível
No peito, pingente é manifesto
Mostra pros meus que também é possível
Todo dia um topo, um novo nível
Pra se manter ou pra se alcançar
Noites em claro bebendo do caro
É mais que dinheiro pra poder sarar
Mais que dinheiro pra sarar essa dor
Autoestima pros iguais de cor
Por quem se ama no melhor lugar
Dou papo reto, nego, eu não prego
Usa da causa pra suprir seu ego
Auto afirmar sua insegurança
Minha vida antes de ser serviço
Nego, é quase uma década nisso
Minha rainha preta hoje descansa
Sua coroa no céu ou turbante
Sandra nominou Kayuá
E a Zona Norte batizou Gigante
[Azzy]
(Feminice, feminice, feminice, feminice, feminice)
Licença pra chegar
Licença pra sair
Esperança que vai dar
Fé pra conseguir
Existe quem tá pra julgar
Quem não vai, está aqui
Tentaram me derrubar, mas eu sobrevivi
Falaram, Azzy não
Eu digo, Azzy sim
Um dia você se acostuma a me ver no topo
Tomei tapa e soco
Vivida como sopro
Sem precisar falar da peça pra mostrar vivência um pouco
Por trás da arma tem um grande homem
Duas coisa não se quebra: Confiança e microfone
Quem é não fala, vivemos na calada
Vários exemplo de quem fala muito e nunca fez nada
18 anos, mãe de família
Mais uma Silva, minha estrela brilha
Desacredita então faz melhor
E eu não tô falando de mostrar tua Glock
Mano, guarda isso
Só tem de menor
DJ indo preso
Arte virou crime
E pra ter vantagem bota na vitrine, não sou manequim
Odeio falsidade
Postura, fundamento e humildade
Coisa que anda do meu lado
E eu não tô sozinha
Lealdade, transparência e verdade
Esse é meu legado
Um só caminho
Atitude feminina não falta aqui, tá tendo
Adoro um surto de machista
Você mermo não tô vendo
Morde as costas, como diz Didico
Como Marta eu tô em campo e vocês tão fudido
Mano, eu vim da batalha
E não foi só batalha de rima
Vim de onde dizia que flor que nasce no lixão
Não tem tempo de vida
E dos 15 eu não passaria
Com 18, olha só, quem diria
Meu nome faz dinheiro
Sustento o meu corre e também minha família
Faço tudo que tu não faria
Minha vida é corrida
Isso é questão de escolha
E essa foi minha escolha
Não posso parar, não posso parar
Nem se o diabo pedir
Tenho que chegar, tenho que chegar
Até aonde nem sei
Eu sinto no fundo do peito que isso é real
Por mais que nem todos sejam
Os que são, eu sei
Ei, Azzy, te vi na TV
Ouvi na rádio também
Eu não gostava de você
Mas agora tá tudo bem
Você tá famosa
Tá muito gostosa
Geral te conhece
Mas quando tu tava fudida
Eu te ignorava, mas vê se esquece
Eu nunca me esqueço, sei de onde eu vim
Honrei meu nome por onde passei
Existe gente que quer o meu fim
Porque eu sou blindada e fora da lei
Vejo minha filha crescendo
Na mesma proporção que cresce meu din'
Isso é sinal de trabalho
E eu tô correndo em dobro pra ser sempre assim
[DK 47]
Verme, sai da reta
Comédia, não atravessa
Se bater de frente com a minha tropa vai dar merda
Eu tinha falado quando tivesse no topo
Eu ia tá gritando bem alto pela favela
Onde eu traficava, agora eu fiz é biblioteca
24 horas por dia ela fica aberta
Pro menor daqui antes de falar em topo
Primeiro eles pensar que eles precisam ser poeta
Por telepatia, eu tô fazendo cirurgia
O que alivia minha agonia
É doses de adrenalina
Papo reto, já fui tanto pro inferno
Que eu nem sei dizer ao certo
O que é frio na barriga
Olha a juventude como ela tá perdida
Tamo alterando todos os ciclo da vida
Tô vendo adulto que só fizeram dez anos
E tô vendo adolescente que já passaram dos trinta
Nóis é só caminho e vocês são one direct
MC de flickpop me xingando no direct
Acha que o Hip-Hop é de férias com ex-celebs
Com famoso da internet que na rua ninguém conhece
O tio morre de cirrose, nóis tamo rimando Whisky
Menor entra na bala, nóis tamo gritando crime
Temos arma e drogas e mulher em nossos clipe
Tamo batendo palma pra cena gangsta kids
Foda-se o palpite desses MC Twitter
Quem dissipa esse teu hit que a rua não percebeu
Que em toda cypher tô sempre rimando o dobro
De um monte de MC com o triplo de seguidor que eu
Nem saiu das fralda
Vocês ainda são fraude
Real underground
ADL no mic
Olha esses cara andando com roupa cara
Porque tão se vendendo barato igual Black Friday
Lágrima cai do rosto do bandido
Nunca duas vez pelo mesmo motivo
E vocês topa tudo pra chegar no topo
Por isso que o topo não é pro seu tipo
Pode falar que a DK é assassino
Porque esse beat lembra um funeral
Vocês tão gastando 15 mil real em tênis
Com 15 mil real eu fiz um centro cultural
Juntando ideias por um ideal
Prioridades em tempo de guerra
Invés de comentar qual foi o melhor MC
Vê qual foi o MC melhor pra tua favela
[MV Bill]
Antes do topo tem o morro pra subir
Eles falam de preto, mas não se transformam em Zumbi
Humildade é a chave
Arrogância atrapalha
Chorão me mostrou como faz
Não sou eu que sou muito humilde
Tem filha da puta marrento demais
Me chamaram de nuvem, eu não corro
Gabaritado soldado do morro
Cara preta, não esqueço de onde eu venho
Pede lá disciplina que hoje eu tenho
Sou velha-guarda, me sinto mó honrado
Invejoso na cena pra mim tá mandado
É por isso que eu ando com poucos
Sem olho grande nas coisas dos outros
Não quero ser dramático
Apenas um verso enfático
Tá sobrando malandro no reino infantil
Na batalha do rap de plástico
Me dê beat e eu faço clássico
Tiozão pega turbo automático
Ser sincero comigo é mais prático
Tá no mundo da Lua, é lunático
Não tem a ver fonética
É mancada e falta de ética
Deu mole no papo chama de péla saco
Pra nós é licença poética
Quem é de verdade tá ligado em quem não é
Hoje eu tô de carro, mas eu já rodei à pé
Valorizo a minha vivência com resiliência
O que era carência virou potência
Fui atrás do que é meu
Construindo história fiz a trajetória
Invisível, procurando glória
Fita dominada no momento que não tinha nada
Colocando rap lá na praça pra rapaziada
Época dourada que me dá saudade
Com pouca idade
Clima de amizade que me faz lembrar
Que hoje em dia não se tem respeito
Vagabundo estufa o peito
Até na hora de se retratar
Cuidado com o hype que às vezes passa
Fica sem topo, fica sem taça
Filme queimado perante à massa
Somente inimigo que é de graça
Ela diz força, ele disfarça
Mó cuzão, mas se acha parça
Parte do público iludido
Babando MC preferido
Teve quem pavimentou a pista
E hoje brotando pseudo artista
Muita forma, conteúdo fraco
Fizemos mansões e eles barraco
Molecada, atenção no que se exalta
Qualidade baixa vocês põe em alta
O ego infla, a cena mucha
Pose de bandido, condição de bucha
Pra retomar a gente vai na macumba
Pega o Axé se não o barco afunda
Fala o que não sabe é dizer pela bunda
Se sujar vai ter que limpar
Vai treinando na frente do espelho
Cara pálida com o olho vermelho
Diferença entre adulto e fedelho
Não é por idade, é o jeito de lidar
Geral é livre pra falar o que quer
Responsabilidade é pra quem quiser
Provando pra nós que agiu de má fé
Segura o B. O, tu vai ter que assinar
Pouca rima, muita marra
Umas atitude bizarra
Nem tudo no jogo é farra
Deu pra entender ou tem que desenhar?
Não generalizo, falo de uma parte
Peso pena morto, fora de combate
Admiro vários pelo bom trabalho
Miraram no topo, ignoraram atalho
Demonstram respeito pela velha escola
Vou jogando junto, vou passando a bola
Sabotage fica feliz
Com quem sabe o valor da raiz