Vozes Na Sala de Estar
Projota
Eu sangro, por mais que você não perceba
Mais que não receba meu amor da forma que eu posso te dar
Ainda assim escrevo e sei que não te devo nada
Mas devo fazer alguma coisa pra isso mudar
Essa poderia ser uma música de amor
Mas o ódio é inevitável pra quem tem medo de amar
E eu me entrego quando canto, tanto pranto já secou
No entanto me levanto e janto esses otários lá
Dá um teco, só um teco eles diziam pra eu tentar
Escapei pelas beiradas nada pode me parar
Conheci um conhecido que diz que me conhecia
E que eu mudei só pelo fato de eu querer movimentar
Mas o louco é que eu sempre fiz jus
Sempre carreguei minha cruz
Poucos tavam lá pra me ajudar (ninguém)
Tipo quando cortavam minha luz
Todo mês depender do sus
Pra ver por dois anos minha mãe piscar
Eu já tive de tudo, tudo menos medo
Esse é o segredo desde cedo fui treinado pra lutar
Quando Deus tirou meu chão, que decepção
Levei anos pra ter a noção de que era pra me preparar
Agora pega suas coisas e saia daqui
Eu não posso permitir que entre na minha casa me insultar
Todas vezes parei pra te ouvir e te ouvi
Muito tempo eu sofri pra ver sempre você me atacar
Tá vendo aquela ponte lá
Monumento exótico desse mundo caótico um dia eu vou pular
E quando isso acontecer você vai me dizer que eu faço falta pra você
Mas eu já não vou poder te escutar
Ouço vozes na sala de estar sei que tem intrusos lá
Cheiro da maldade empesteando meu sofá
Eu desço a escada sem saber o que virá
Lá tá você se preparando pra me matar
Ouço vozes na sala de estar sei que tem intrusos lá
Cheiro da maldade empesteando meu sofá
Eu desço a escada sem saber o que virá
Lá tá você se preparando pra me matar
Lembra daquele dia só nós dois, os problemas pra depois
Dá saudade, até doí só de lembrar
Agora por um momento não segui seu rumo
Mesmo sem perder meu prumo
Você já pensando em se vingar
A gente é criança e tem muito pra aprender, muito pra crescer
Nossa relação vai afundar
Eu preciso de você, mas não consigo entender
Como eu vou viver se eu fizer tudo que você mandar
Eu não posso ser refém, de ninguém
Nem de mim nem de você
Tenho um objetivo pra alcançar
Quanto tempo a gente tem pra ser alguém
Vou de 0 a 100, a festa já começou e eu não tô lá
Minha mãe foi escritora, foi atriz, cantora, foi compositora
Mas o mundo não deixou continuar, e se esse era seu sonho
Quando componho eu sinto que através de mim hoje ela pode falar
Um dia eu vou te ver na porta do bar
Vai bater saudade mas você não vai vir me cumprimentar
Juro que ali vou sofrer, vai doer
Mas eu vou compreender que a nossa historia tinha hora pra acabar
Então Deus que te abençoe, seja feliz
Saiba que em tudo que fiz nunca quis te decepcionar
Mas se a vida é assim, enfim, pra nós isso é o fim
Jogue a culpa em mim pois eu nunca vou te culpar
Ouço vozes na sala de estar sei que tem intrusos lá
Cheiro da maldade empesteando meu sofá
Eu desço a escada sem saber o que virá
Lá tá você se preparando pra me matar