Rap da Favela

Renato e Naldinho Renato e Naldinho

Humildemente a gente vai manda assim
Eu sou MC Naldinho e eu sou Renato MC
Entre morros e favelas vou falar
A realidade pois agora vai escutar

Paz eterna para todos, DJ!

Amigo, eu moro na favela, sim, senhor
Não tenho vergonha de lá viver
Nós somos pobres, mas também temos direito
De ser um povo satisfeito e sem sofrer

Amigo, eu moro moro moro
Não tenho vergonha de lá viver
Nós somos pobres, mas também temos direito
De ser um povo satisfeito e sem sofrer

Moro num lugar maravilhoso
Onde todos tem coragem de lutar para vencer
Para vencer
Moro na favela agitada
Onde a rapaziada unida pra valer
Vem ver para crer
Vem vem
O ano todo, a vida aqui muda demais
Com a tristeza querendo atormentar
É criancinha precisando de atenção
A mãe sofrendo faz encrenca com o patrão
Aqui a gente sempre luta por melhor
Mas a sociedade leva a gente pra pior
Desempregado se acabando embriagado
Alguns se matam vendo a vida piorar
Sua mulher segura o filho em sua casa
Fazendo lista pra fazer seu funeral
O filho cresce analfabeto e sem infância
Ai, minha gente, quem trabalha e a criança
Alguns aceitam, outros ficam revoltados
E na cabeça o mal começa a rondar
Alguns amigos vendo ele se envolver
Chamam no conselho e eles aceitam com prazer
Banco de sangue na cidade a fila é grande
Só tem favelado querendo sangue doar
A humildade é nossa arma preferida
Nós temos pouco, mas queremos ajudar
Ainda digo que no morro e na favela
Só mora pobre, mas só mora sangue bom
Falando claro, a vida aqui é um barato
E todos nós que moramos somos irmãos

Amigo, eu moro na favela, sim, senhor
Não tenho vergonha de lá viver
Nós somos pobres, mas também temos direito
De ser um povo satisfeito e sem sofrer

Amigo, eu moro moro moro
Não tenho vergonha de lá viver
Nós somos pobres, mas também temos direito
De ser um povo satisfeito e sem sofrer

E quem dá respeito gosta de ser respeitado
Seja moreno, branco, preto ou mulato
Já não agüento por aí ser avistado mal
E peço, moço, deixa a gente na legal
Nós só queremos o direito de viver
Nós não pedimos ninguém para nascer
Enquanto rico vive bem acomodado
O pobre vive na favela esculachado
Se está na esquina conversando na moral
Quando eles chegam nos chamam de marginal
Acostumado com esse jeito de viver
Eu pergunto a Deus o que fizemos pra sofrer
Nesta vida, da desgraça eu acho graça
Dou gargalhada, mas não adianta nada
É tristeza e alegria ao mesmo tempo
Essa angústia aqui dentro eu vou vivendo
Tem gente que fala mal dos morros e das favelas
Porque não vem passar um dia em uma delas
Apesar desse problema no lugar,
Tenho certeza que um dia vai mudar

Amigo, eu moro na favela, sim, senhor
Não tenho vergonha de lá viver
Nós somos pobres, mas também temos direito
De ser um povo satisfeito e sem sofrer

Amigo, eu moro moro moro
Não tenho vergonha de lá viver
Nós somos pobres, mas também temos direito
De ser um povo satisfeito e sem sofrer

Amigo, eu moro na favela, sim, senhor
Não tenho vergonha de lá viver
Nós somos pobres, mas também temos direito
De ser um povo satisfeito e sem sofrer

Amigo, eu moro moro moro
Não tenho vergonha de lá viver
Nós somos pobres, mas também temos direito
De ser um povo satisfeito e sem sofrer

Alegria

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