Malandros Maneiros
Roberto Ribeiro
Hoje vamos prestar nossa homenagem
A quem toda malandragem
Homenageia e respeita também
Aqueles que portando uma caneta
Um bloco e uma folha preta
Escrevem a sorte ou o azar de alguém
São eles velhos malandros maneiros
Que têm São Jorge guerreiro como fiel protetor
Mas ganhou leva, ganhou leva
Só vale o que está escrito
Lá só não leva no grito
Quem quis levar não prestou
No tempo da quinta coluna
De lá da Pavuna, Jacarepaguá
Eu me lembro que eu era menino
E no seu Natalino já ouvia falar
No governo do marechal Dutra
Não teve nem truta nem meu pé me dói
E na guerra que houve aos cassinos
Parou Constantino e fechou Niterói
São eles velhos malandros maneiros
Que têm São Jorge guerreiro como fiel protetor
Mas ganhou leva, ganhou leva
Só vale o que está escrito
Lá só não leva no grito
Quem quis levar não prestou
Avestruz, águia, burro, cavalo
Elefante, galo, macaco e leão
Borboleta, cachorro, coelho
Carneiro, camelo, veado e pavão
Eu sonhei que você na floresta
Estava numa festa, mas me viu correu
Fiz a fé no malandro da esquina
E tu nem imagina o bicho que deu
São eles velhos malandros maneiros
Cabra, cobra, peru, touro, tigre
Gato, porco, vaca, urso e jacaré
No singelo grupo ou dezena
Milhar e centena ganha quem tem fé
Borboleta da ilusão perdida
Fez da minha vida um triste jardim
Hoje eu sofro invertido e cercado
Pelos sete lados, coitado de mim