Auto de fé
Sam The Kid
[Verso 1 - Carlão (PacMan)]
Diz-me porque é que tens que fazer o que é suposto ser
Correcto,
Se toda a gente à tua volta disfarça o afecto/
Essa máscara que tu usas pode dar bom aspecto,
Mas na melhor das hipóteses só revela falso intelecto/
Eu sei que foi assim que te ensinaram a viver,
Não me venhas dizer que é assim que eu tenho que fazer/
Mostras um sorriso quando sentes tanta dor,
Dizes que tá tudo bem, eu noto um tremor/
Nesses olhos mais expressivos do que mil frases,
Vejo frustração em tudo aquilo que tu fazes/
Vives em função da opinião de alguém,
Que provavelmente nem conheces muito bem/
Em 2000 anos de erros calculados,
O hábito não fez o monge, apenas homens falhados/
Crimes são perpetuados,
Num mundo bem real onde não cabem anjos alados/
Essa moral que não praticas mas edificas,
Há-de fazer contas contigo pelas vidas que complicas/
Pára para pensar no verdadeiro crime,
Quando matas à nascença um sentimento tão sublime/
Como a semente de paixão que tanto negas,
Se não praticas o que pregas, de que valem essas regras?/
Piadas de mau gosto para os teus colegas,
Segue o coração, não a razão que não sossegas/
[Refrão - Sam The Kid]
Tu só fazes - o suposto correcto,
Pa dar um bom aspecto, a quem te vir/
Tu só me dás - a fé do teu voto,
Mas no teu olhar noto, tu tás a mentir/
Tu és - frustração, não tens, um alicerce,
Então, segue o coração e pensa no meu verso/
Tu és - o pecado, o amor é um vício que ofende,
Então, volta ao início e aprende/
[Verso 2 - Sam The Kid]
Tu és o palco do cinismo, és o falso moralismo, que eu calo,
És a censura que ainda atinge o teu alvo, antigo/
Diz-me o que é mau pra ti, que julgas o que eu pratico,
Mas por trás, és capaz, de ser alguém que alguém critique/
Tu és o medo de uma escolha que não esconde nada,
No teu silêncio da vergonha que é condenada/
Por ti, ordenada por quem,
Quando nada é assim, onde nada e ninguém/
Tão aplicados em ser perfeitos numa beauty shop,
Tu escondes os defeitos, não és puro, és PhotoShop/
Tens atracção, pela traição, que é tão ingrata,
És um racista que ama a neta mulata, cresce/
O mundo é belo com cores então vai, goza,
Sem o sorriso amarelo da revista cor-de-rosa, tá bem/
Não vivas em função da reacção, que tanto te empenha,
És um voto contradito em Espanha/
Venha, mais uma barriga prenha, tire a próxima senha,
E seja bem vindo à hipocrisia/
Que eu vejo no teu protesto, tu nem sabes quem és,
Tu tenta lá ser honesto, o resto, do dia/
[Refrão - Sam The Kid]
Tu só fazes - o suposto correcto,
Pa dar um bom aspecto, a quem te vir/
Tu só me dás - a fé do teu voto,
Mas no teu olhar noto, tu tás a mentir/
Tu és - frustração, não tens, um alicerce,
Então, segue o coração e pensa no meu verso/
Tu és - o pecado, o amor é um vício que ofende,
Então, volta ao início e aprende/
Yeah boy, tu és a hipocrisia em pessoa, man
Tu és a verdadeira definição de contradição
Vê lá se aprendes, man tens um espelho?
Vai ao confessionário, man
Yeah