Ruas Vazias
Shawlin
Shawlin:
Quando se vai a luz do dia, a luz do poste é que guia
Eu tava tão rodeado de prédio, irmão, nem a lua se via
Nem uma rua se via, mas isso já é de costume
Pois outro bando de humanos a invade feito cardume
São noites quentes, sempre tem gente que entra em crise
Sob o céu cheio de estrelas, anda por ruas vazias
Ali sozinho sentia que o lugar todo dizia
Tudo devia ta ali só aquele pichador na esquina
Aquele grupo de gari e um segurança a dormir
É que o destino provável de vacila é sumir
Vários menores de idades completamente à vontade
Di minoria a noite são donos da cidade
Meu outro habitat sem ninguém pra conversar
Só um café meio frio pro corpo não protestar
Mantém seus olhos bem abertos pra nenhum outro vim contestar
Muitos querem testar, mas, juro, vão detestar
Eu não preciso dizer nada que o turno da noite fala
Só os vagabundo nato com a lata na madrugada
Ta fora da calçada perigo em qualquer calçada
Só os vagabundo nato, assalto a mão armada, neguim!
Não tem câo se garante ou então vaza
Pois se todo gato é pardo, tá pronto, joga a parada
Só busão e taxista, 171 e frentistas
São poucos à vista e assim segue a nossa lista
Zé Bolin:
Tá tudo pronto pro trabalho, já armei minha banca
Consentrado nos negócio sem dar muita importância
Pois um ponto cê descansa, nego perde a inocência
A maldade transmitida num olhar de uma criança
É por aqui que transita entre rato, barata, puta, mendigo
Loucos em todos cantos que for
Empurrando meu carrinho arrastando isopor
Sob a luz da lua, a base de fé e suor
Eu tô no ponto que é meu, sou o dono dessa esquina
Vendo guaravita, cerva, pó, erva e aquela mina
Madrugada lucrativa, lunatica e nociva
Pra quem dela se faz pra quem dela é feito
Mesmo sendo de cima é elemento suspeito
Mais situação normal pelos lados quinze
Alpinistas urbanos borbadiando as marquize
A meio tantos insanos é só entrato da quinze
Eu não preciso dizer nada que o turno da noite fala
Só os vagabundo nato com a lata na madrugada
Ta fora da calçada perigo em qualquer calçada
Só os vagabundo nato, assalto a mão armada, neguim!
Não tem câo se garante ou então vaza
Pois se todo gato é pardo ta pronto joga a parada
Só busão e taxista, 171 e frentistas
São poucos a vista e assim segue a nossa lista
funkeiro:
Ruas vazias matinas, selva segue dormente
Esta foda, mó frio, mas o asfalto tá quente
Sombra com rostos nocivos entorpecem sentidos
Desde pequeno eu achei que prédios parecem vivos
Cidade é um corpo humano, as ruas são artérias
Sentimentos estremados ganham formas etérias
Estrelas brilham chorando
E o colombiano silêncio cotidiano é igual canto gregoriano
Atividade na laje menozim da 1 2
Largando chumbo pro alto em homenagem a quem se foi
Suborno da viatura, a rua vazia viu
Retrato em preto e branco da nossa guerra civil
A chuva na madruga lava a alma das ruas
Quem é fora da lei joga a vida nas ruas
A solidão do mundo se reflete nas ruas
Mesmo estando vazia ainda a vida nas ruas
Eu não preciso dizer nada que o turno da noite fala
Só os vagabundo nato com a lata na madrugada
Ta fora da calçada perigo em qualquer calçada
Só os vagabundo nato assalto a mão armada, neguim!
Não tem câo se garante ou então vaza
Pois se todo gato é pardo ta pronto joga a parada
Só bus ou em taxistas sem tiro ou em frentistas
São poucos a vista e assim segue a nossa lista