Casinha da Serra
Tião Carreiro e Pardinho
Triste sorte de um homem coitado quando é destinado ao rumo do nada...
Só encontra amarguras na vida estrada comprida de espinhos traçada...
Pelo mundo eu vaguei sem destino...
Desprezei a casinha da serra...
Por amar uma ingrata fingida perdi a mãe querida e os prazeres dessa terra...
Ao sofrer essa cruel traição minha triste intenção era ir pra não voltar...
Minha pobre velhinha chorava ajoelhada implorava para mim ficar...
Mas o ódio roubou minha calma...
Com a alma ferida fui embora...
Fui cumprir meu destino perverso mãezinha hoje peço perdão à senhora...
Amanhã partirei bem cedinho quando os passarinhos cantar na alvorada...
Triste hora de uma despedida adeus terra querida adeus companheirada...
Com a lua desta madrugada...
Me despeço em uma serenata...
Vou cantar uma triste canção pra magoar o coração dessa tirana ingrata...
Como é triste viver sem ninguém a quem fiz tanto bem me trazia enganado...
Minha velha morreu de desgosto hoje eu trago em meu rosto de pranto molhado...
Essa terra que me viu nascer...
Que jamais pode ser esquecida...
Voltarei pra trazer umas flor e ofertar em louvor a mãezinha querida...