Mundo Velho Não Tem Jeito
Tião Carreiro e Pardinho
Onde é que nós estamos, oh, meu Deus, tem dó da gente
Mundo velho já deu flor, carunchou toda a semente
Virou um rolo de cobra serpente engole serpente
Quem vive lesando a pátria dando pulo de contente
E o pobre trabalhador é o escravo na corrente
Estão matando e roubando é conflito permanente
Um bandido entrou num banco armado até os dentes
Chorou no colo da mãe a criancinha inocente
Mas ele achou que a criança perturbava o ambiente
Assassinou a mãe e filha foi um quadro comovente
Tem família num bagaço fingindo viver contente
A alegria é só por fora, mas por dentro é diferente
É filha desmiolada que casou com delinquente
É um genro pé-de-cana que não gosta do batente
Onde tem ovelha negra desmorona um lar decente
O mundo virou um vulcão e cada vez fica mais quente
Não há nada que esfrie quero ver quem me desmente
Um grande estoque de bombas crescendo diariamente
Quando estourar todas as bombas ninguém fica pra semente
Mundo velho não tem jeito vira cinzas brevemente
O mundo já está encardido e não adianta detergente
A sujeira desafia até soda e água quente
Num lugar morre de sede e no outro morre de enchente
Oh mestre lá nas alturas meu, meu senhor onipotente
Seu poder é infinito protegei a nossa gente