S. João pra ver as moças
Ai fez uma fonte de prata
Se as moças não vão à água
Ai S. João todo se mata

E repenica e repenica e repenica
É S. João a suar a bica
E repapoila e repapoila e repapoila
É feijão branco e arroz na caçoila

Olh’ó cochicho que não se farta de apitar
Repipipipipipi e nunca mais desafina
Rapaziada quem é que quer apitar
Repipipipipipi no cochicho da menina

Lisboa, gaiata, de chinela no pé
Lisboa, travessa, que linda que ela é
Lisboa, ladina, que bailas a cantar
Sereia pequenina que Deus guarda ao pé do mar

Um craveiro numa água furtada
Cheira bem, cheira a Lisboa
Uma rosa a florir na tapada
Cheira bem, cheira a Lisboa
A fragrata que se ergue na proa
A varina que teima em passar
Cheiram bem porque são de Lisboa
Lisboa tem cheiro de flor e de mar

De quem eu gosto, nem às paredes confesso
E nem aposto que não gosto de ninguém
Podes chorar, podes rogar, podes sorrir
Também
De quem eu gosto, nem às paredes confesso

Sto. António já se acabou
O S. Pedro está-se a acabar
S. João, S. João, S. João
Dá cá um balão para eu brincar

Quatro paredes caiadas
Um cheirinho a alecrim
Um cacho de uvas doiradas
Duas rosas num jardim

Um S. José de azulejo
Mais o Sol da primavera
Uma promessa de beijos
Dois braços à minha espera
É uma casa portuguesa com certeza
É com certeza uma casa portuguesa

  1. A Pilinha
  2. Tunalmente Molhado
  3. Rapsódia
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