O Conto
Vibratuna
Quando eu era pequena a minha avó contava
(Que) cada menina tinha um príncipe e o bolo-rei tinha fava
Cresci achando ser uma princesa encantada
Beijei até perceber que o sapo não dava em nada
Pois é papapara, não é papapara
Por mais que a lebre corra a tartaruga passa
Pois é papapara, não é papapara
Não preciso de ninguém a mais na minha carapaça
Fiz-me então ao caminho à espera d’uma emboscada
Levava flores e um capuz, ia bué carregada
Foi então que o lobo apareceu com a sua namorada
Uma tal Adormecida toda pedrada
Pois é papapara, não é papapara
Por mais que a lebre corra a tartaruga passa
Pois é papapara, não é papapapa
Não preciso de ninguém a mais na minha carapaça
Olhava-me ao espelho que trazia no bolso
(Espelho meu, espelho meu)
Não via onde punha os pés e caía num fosso
Voltei a mim de mão dada com um anão que ressonava
Farta daquele barulho dei-lhe a maçã encarnada
Pois é papapara, não é papapara
Por mais que a lebre corra a tartaruga passa
Pois é papapara, não é papapara
Não preciso de ninguém a mais na minha carapaça
Afinal a história do príncipe era tudo mentira
E a casinha de chocolate acabou derretida
Dou por mim à procura d’emprego numa folha de jornal
Porque raio me calhou a mim a fava no Natal!?
Pois é papapara, não é papapara
Por mais que a lebre corra a tartaruga passa
Pois é papapara, não é papapara
Não preciso de ninguém a mais na minha carapaça
Pois é papapara, não é papapara
Por mais que a lebre corra a tartaruga passa
Pois é papapara, não é papapara
Não preciso de ninguém a mais na minha carapaça
E é este o final do conto que acabou mal