Cobra-grande
Waldemar Henrique
Credo! Cruz
Lá vem a cobra-grande
Lá vem a boi-una de prata
A danada vem rente à beira do rio
E o vento grita alto no meio da mata
Credo! Cruz!
Cunhantã te esconde
Lá vem a cobra-grande á, á
Faz depressa uma oração
Pra ela não te levar á, á
A floresta tremeu quando ela saiu
Quem estava lá perto de medo fugiu
E a boi-una passou logo tão depressa
Que somente um clarão foi que se viu
Cunhantã te esconde
Lá vem a cobra-grande á, á
Faz depressa uma oração
Pra ela não te levar á, á
A noiva cunhantã está dormindo a medrosa
Agarrada com força no punho da rede
E o luar faz mortalha em cima dela
Pela fresta quebrada da janela
É cobra-grande
Lá vai ela