A Canção do Elevador
Afonso Dubraz
Eu moro no rés-do-chão
Com vista para a recepção
Para ver se bate à porta a sorte de a ver chegar
Dona do primeiro direito
Que me dá uma dor no peito
Com esse seu defeito de não ser do meu andar
Então traço um grande plano
Que me esqueço ou que me engano
Sempre que a vejo assim
Ali parada
No meio do hall de entrada
Por não querer ir de escada
Só para me ver a mim
Assim começa a nossa história de amor
Nós os dois, mais os botões deste nosso elevador
O piso sobe, a roupa desce e o calor
Chega para aquecer a nossa vida seja em que andar ela for
Ai já devia haver vacina
Para curar a minha sina
Que o raio da vizinha
Teima em amaldiçoar
De que vale estar tão perto
Ser um amor quase certo
Se depois entre nós dois há sempre um tecto a atrapalhar
Saio logo de mansinho
Para cruzar o seu caminho
E poder vê-la assim
Ali parada
No meio do hall de entrada
Por não querer ir de escada
Só para me ver a mim
Assim começa a nossa história de amor
Nós os dois, mais os botões deste nosso elevador
O piso sobe, a roupa desce e o calor
Chega para aquecer a nossa vida seja em que andar ela for