Apaysanado
César Oliveira e Rogério Melo
Floreio o bico da gansa nesta Gateada Lobuna
A melhor das minhas alunas na doma tradicional
Por favor, não leve a mal este meu jeito fronteiro
Filho de pai brasileiro, hijo de madre oriental
Não carrego pretensão, mas não sou de me achicar
Decerto, trouxe de allá o gosto pela guitarra
Quando a saudade se agarra num bordoneio entonado
É o meu povo enforquilhado num bagual mandando garra
Sou assim, apaysanado, domador e guitarreiro
Diariamente, peão campeiro, nas folgas, campeio festa
Tapeio o chapéu na testa pra ver melhor as imagens
Talento, fibra e coragem, não se compra, nem se empresta
Sou assim, apaysanado, domador e guitarreiro
Diariamente, peão campeiro, nas folgas, campeio festa
Tapeio o chapéu na testa pra ver melhor as imagens
Talento, fibra e coragem, não se compra, nem se empresta
Quem é do garrão da pátria, alma sangue e procedência
O amor pela querência traz retratada na estampa
Retovos de casco e guampa no repertório da lida
Pra que o sentido da vida finque raízes na pampa
No cabo de uma Solingen, sou mais ligeiro que um gato
No aporreado, um carrapato largando só no garrote
E macho, pra me dar bote, não se perca por afoito
Junte mais uns sete, oito e me atropelem de lote
Numa milonga crioula, numa chamarra gaúcha
Prego-lhe um grito de a la pucha e me acomodo no embalo
Mateio ao canto do galo, gosto do assunto bem claro
Se de a pé já não disparo, quanto mais bem a cavalo
Sou assim, apaysanado, domador e guitarreiro
Diariamente, peão campeiro, nas folgas, campeio festa
Tapeio o chapéu na testa pra ver melhor as imagens
Talento, fibra e coragem, não se compra, nem se empresta
Sou assim, apaysanado, domador e guitarreiro
Diariamente, peão campeiro, nas folgas, campeio festa
Tapeio o chapéu na testa pra ver melhor as imagens
Talento, fibra e coragem, não se compra, nem se empresta