Exulte: Proclamação da Páscoa
Léo Mantovani
Exulte o céu, e os Anjos triunfantes
Mensageiros de Deus, desçam cantando
Façam soar trombetas fulgurantes
A vitória de um Rei anunciando
Alegre-se também a terra amiga
Que em meio a tantas luzes resplandece
E vendo dissipar-se a treva antiga
Ao Sol do eterno rei brilha e se aquece
Que a mãe Igreja alegre-se igualmente
Erguendo as velas deste fogo novo
E escute, reboando de repente
O Aleluia cantado pelo povo
O Senhor esteja convosco
Ele está no meio de nós
Corações ao alto
O nosso coração está em Deus
Demos graças ao Senhor nosso Deus
É nosso dever e nossa salvação
Sim, verdadeiramente é bom e justo
Cantar ao Pai de todo o coração
E celebrar seu Filho Jesus Cristo
Tornado para nós um novo Adão
Foi ele quem pagou do outro a culpa
Quando por nós à morte se entregou
Para apagar o antigo documento
Na cruz todo o seu sangue derramou
Pois eis agora a Páscoa, nossa festa
Em que o real Cordeiro se imolou
Marcando nossas portas, nossas almas
Com seu divino sangue nos salvou
Esta é, Senhor, a noite em que do Egito
Retirastes os filhos de Israel
Transpondo o mar Vermelho a pé enxuto
Rumo à terra onde correm leite e mel
Ó noite em que a coluna luminosa
As trevas do pecado dissipou
E aos que creem no Cristo em toda a terra
Em novo povo eleito congregou!
Ó noite em que Jesus rompeu o inferno
Ao ressurgir da morte vencedor
De que nos valeria ter nascido
Se não nos resgatasse em seu amor?
Ó Deus, quão estupenda caridade
Vemos no vosso gesto fulgurar
Não hesitais em dar o próprio Filho
Para a culpa dos servos resgatar
Ó pecado de Adão indispensável
Pois Cristo o dissolve em seu amor
Ó culpa tão feliz que há merecido
A graça de um tão grande Redentor!
Só tu noite feliz, soubeste a hora
Em que o Cristo, da morte ressurgia
E é por isso que de Ti foi escrito
A noite será luz para o meu dia!
Pois esta noite lava todo o crime
Liberta o pecador dos seus grilhões
Dissipa o ódio e dobra os poderosos
Enche de luz e paz os corações
Ó noite de alegria verdadeira
Que prostra o Faraó e ergue os hebreus
Que une de novo ao céu a terra inteira
Pondo na treva humana a luz de Deus
Na graça desta noite o vosso povo
Acende um sacrifício de louvor
Acolhei, ó Pai Santo, o fogo novo
Não perde, ao dividir-se, o seu fulgor
A cera virgem de abelha generosa
Ao Cristo ressurgido trouxe a luz
Eis de novo a coluna luminosa
Que o vosso povo para o céu conduz
O círio que acendeu as nossas velas
Possa esta noite toda fulgurar
Misture sua luz à das estrelas
Cintile quando o dia despontar
Que ele possa agradar-vos como o
Filho, Que triunfou da morte e vence o mal
Deus, que a todos acende no seu brilho
E um dia voltará, Sol triunfal
Amém